ATA DA OCTOGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 01.10.1997.
Ao primeiro dia do mês de outubro do ano de
mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antônio Losada, Cyro Martini, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Ruas, Renato
Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino,
Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir,
Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sônia Santos.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas
da Octogésima Primeira Sessão Ordinária e da Segunda Sessão Especial, que foram
aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, a Indicação nº
110/97 (Processo nº 2894/97); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 05 Pedidos de
Providências e o Pedido de Informações nº 154/97 (Processo nº 2926/97); pelo
Vereador Carlos Garcia, 09 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos
Nedel, 02 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 153/97 (Processo
nº 2917/97); pela Vereadora Maria do Rosário, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 172/97 (Processo nº 2909/97); pela Vereadora Tereza Franco, as Indicações
nºs 112 e 113/97 (Processos nºs 2928 e 2929/97, respectivamente). Ainda, foram
apregoados os seguintes Ofícios, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre: de nº 432/97, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 06/97 (Processo nº 3030/97), e de nº 433/97, encaminhando os
Projetos de Lei do Executivo nºs 42, 43, 44, 45 e 46/97 (Processos nºs 3033,
3034, 3036, 3037 e 3038/97, respectivamente) e o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 07/97 (Processo nº 3039/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs
37/97, do Senhor Jocelei Luiz Consalter Flôres, Presidente da União dos
Vereadores do Estado do Rio Grande do Sul; 112/97, do Senhor Paulo Michelucci
Rodrigues, Secretário de Estado Substituto do Desenvolvimento e dos Assuntos
Internacionais/RS; 250/97, do Senhor Jurandir Damin, Presidente do Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico
de Porto Alegre; 284/97, do Senador Antônio Carlos Magalhães, Presidente do
Senado Federal; 317/97, do Senhor José Clóvis de Azevedo, Secretário Municipal
de Educação; 439/97, do Grupo Hospitalar Conceição - GHC; s/nº, do Senhor
Sérgio Ricardo Silva Rosa, Presidente da <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164
mm><AF=261 mm><D>reador Luiz Braz não invalida a votação
do Requerimento nº 246/97. Após, através de Questão de Ordem, os Vereadores
João Dib e Clovis Ilgenfritz manifestaram-se acerca dos trabalhos da Sessão
Ordinária do dia três de outubro do corrente, e o Vereador Cláudio Sebenelo
colocou cópia das notas taquigráficas de seu pronunciamento de encaminhamento à
votação do Requerimento nº 246/97 à disposição do Vereador Clovis Ilgenfritz.
Às dezenove horas e dezenove minutos, constatada a inexistência de "quorum",
o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Reginaldo
Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme
Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Informo que a Vera. Sônia Santos está em
representação desta Casa na abertura do Seminário sobre o Programa de Saúde da
Família, na data de hoje, no auditório do Centro Administrativo Fernando
Ferrari.
Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O Sr. Francisco Tavares,
representando a Associação dos Moradores do Bairro Jardim do Salso, está com a
palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. FRANCISCO LEDESMA TAVARES: Quero cumprimentar o Presidente da Câmara, os
Vereadores e Vereadoras e os demais companheiros, pagadores de IPTU, que estão
presentes. Sou Vice-Presidente da Associação dos Moradores do Bairro Jardim do
Salso. A Vera. Maria do Rosário faz parte do nosso bairro; também temos o nosso
vizinho Ver. Renato Guimarães. Eu vim aqui, e agradeço a oportunidade, para
dizer algumas coisas sobre as quais, na Associação, não somos atendidos.
Nós estamos reivindicando,
desde 88, um posto da Brigada Militar. Já fizemos diversas reuniões onde a
Vera. Maria do Rosário esteve junto e até hoje não conseguimos. Tivemos uma
reunião com o Comando da Brigada - 11º Batalhão. Pediram-nos uma série de
documentos que já estão com o Presidente da Associação, Sr. Krieger, sendo que,
por último, nos foi pedida a planta dos módulos. Aí, o capitão que comanda a
Companhia do bairro nos trouxe a planta e a encaminhamos à SMAM, que nos negou
o terreno. Não sei o que está acontecendo com o Jardim do Salso, um bairro bom,
que tem Vereadores como o Ver. Renato Guimarães e a Vera. Maria do Rosário. O
que não está faltando é política. Tem tudo que é “p” lá - PT, PDT, PMDB. Eu até
já fiz proposta para eu me retirar da Associação, mas me disseram que eu não
posso sair. Mas, enquanto eu estiver dentro da Associação, não quero política
lá. Lá dentro nós somos irmãos para conseguir alguma coisa; caso contrário, não
construímos nada.
O posto da Brigada não saiu,
e na Rua Valdomiro de Souza faz mais de ano que têm lixo e esgoto expostos. Na
Rua Cristiano Fischer, faz dois anos que tem um buraco que está entupido. Outro
problema que existe nessa rua é o da sinalização, que não existe, porque
acontecem muitos acidentes ali. Um deles foi registrado recentemente no
“Correio do Povo”. O Secretário Municipal dos Transportes não toma
providências. Diz que vai arrumar e não faz nada. Isso é o maior absurdo! Não
sei o que é que está acontecendo: se é má vontade, ou tem que ser política, ou
nós não pagamos impostos. O Prefeito Tarso Genro me disse que era para eu pagar
os impostos e reclamar os direitos. É isso o que eu estou fazendo aqui. O nosso
povo é muito omisso, não abre a boca. Eu abro a boca, falo mal, com erros de
palavras, com falta de letras, mas digo o que o povo sente. O nosso povo tem
que se unir mais e “botar a boca no trombone”, não ser somente pagador de
impostos. Pagar impostos para pagar vereadores, deputados, essa cambada que não
faz nada, não é possível. O camarada tem que ser trabalhador, honesto,
arregaçar as mangas e ir para as vilas. Um dia desses, fui falar com um
vereador e tive que passar por três secretárias. Onde é que nós estamos? E
querem aumentar o IPTU! Não é possível isso!
Outro dia, o Ver. Nedel fez
uma visita ao bairro. Aquele buraco que fizeram na Santa Isabel já está
transbordando. Se vier outra chuva, ele vai encher a Ângelo Crivellaro de
porcaria. Ficam 30 centímetros de sujeira naquele troço lá.
Para falar sobre o
transporte eu tive que me agarrar no pescoço do Prefeito Tarso Genro na Igreja
Bom Jesus. Distribuíam apenas dez fichas para falar com o Prefeito. Eu o
agarrei e disse: “O transporte que nós temos é para levar porco, não é para
carregar gente”. Alguns ônibus devem ser mais velhos do que eu. Andam sem
freio, sem embreagem, sem uma série de coisas. Eles foram trocados, mas agora
já estão aparecendo os amarelos velhos de novo. Enquanto não houver um acidente
que mate um monte de gente, botando a culpa no motorista, não tiram aquilo de
lá.
A Ângelo Crivellaro tem um
projeto de asfaltamento desde que o Alceu Collares era prefeito. Aquilo tem
mais remendo do que calça de palhaço. Não se sabe de que pano foi feito aquilo.
É buraco aqui, é tampo ali; vão lá e botam um negócio aqui, outro ali. Será que
nós não merecemos uma coisa melhor?
O Renato está rindo. Mas tu
sabes, Renato, de outras coisas que existem lá.
Outra coisa, Renato, tu, que
era Presidente do Conselho Tutelar: eu te levei no programa daquela mulher, te
lembra? Aquela mulher que diziam que era louca. Tirem ela de lá e a botem num
hospital. Peguem aquelas crianças e as coloquem numa creche. As crianças estão
rolando lá até hoje, cheirando cola e se fazendo injeção. Onde estão as
providências? As crianças de hoje serão os bandidos de amanhã e, se não tomarem
providências, não sei o que vai acontecer, e nós estamos pagando impostos para
isso. Já sugeri uma série de idéias para tirar essa gurizada das vilas, mas
dizem que não podem tirá-las, porque aí não vem o dinheiro. Acho que o ideal
seria criar um colégio agrícola e fazê-las estudar e aprender, mas que não
podem tirá-las da sociedade e levar para o mato. Acho melhor estar no meio do
mato, aprendendo uma profissão, do que estar se prostituindo ou cheirando cola.
Há meios, mas há falta de vontade.
Convido uma comissão de
Vereadores para fazermos uma geral no Jardim do Salso para ver a imundície que
tem lá. É cavalo solto na Cristiano Fischer, o que é absurdo, mas eles dizem
que não tem jeito. Eu já telefonei para a Brigada, para o DMLU, para a
Prefeitura, e um empurra para o outro e não sabemos o que fazer. Peço
providências. Sobre o IPTU, também, que é outro pega-ratão que não tem jeito.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Francisco, V. Sa. terá seu tempo assegurado, mas solicitamos que
se restrinja ao tema, pois a Tribuna Popular, conforme o art. 100 da Lei
Orgânica Municipal, é atribuída a um assunto solicitado pela entidade ou por
alguma associação que a solicitou. V. Sa. solicitou o tempo para falar sobre a
sede e sobre a liberação de um posto da Brigada Militar e estamos ouvindo uma
série de outras questões, e eu peço a V. Sa. para que se restrinja ao que foi
proposto por ofício à Tribuna Popular. V. Sa. tem a palavra para completar o
seu pronunciamento.
O SR. FRANCISCO LEDESMA TAVARES: Sr. Presidente, é que são tantos os problemas e
nunca temos a oportunidade de nos manifestar! Então, quando surge essa
oportunidade, queremos falar sobre todos os problemas para o pessoal saber o
que está acontecendo. E quanto ao posto da Brigada Militar, eu gostaria de
saber como vai ficar, porque já está terminando a nossa gestão e até agora
nada. Já estava tudo pronto. Está lá na SMAM a documentação, está a planta, mas
o Secretário do Dep. José Gomes, esses dias, me ligou dizendo que iríamos
perder o terreno porque nós não fazíamos nada. Mas nós não fizemos nada porque
o PT, a Prefeitura, não sei quem, tranca. Então, eu não sei o que vamos fazer.
Muito obrigado pela
oportunidade e conto com o apoio de todos.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a sua presença e suspendemos a Sessão para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h27min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h28min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos ao período de
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
2ª SESSÃO
PROC. 2454/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/97, de autoria da Vera. Clênia
Maranhão, que dispõe sobre a comercialização antecipada de passagens do
Transporte Coletivo Público Urbano no Município. Com Emenda nº 01.
PROC. 2808/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/97, de autoria do Ver. Juarez
Pinheiro, que dá nova redação ao art. 7º da Lei Complementar nº 320, de 02 de
maio de 1994, que dispõe sobre a denominação de logradouros públicos.
3ª SESSÃO
PROC. 2612/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/97, de autoria da Mesa
Diretora, que altera a Lei nº 5811, de 08/12/86, que estabelece o Sistema de
Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC. 2763/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/97, de autoria da Vera. Tereza Franco, que autoriza o Executivo Municipal a implantar redutores de velocidade nos corredores de ônibus do Município de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE: O Ver João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta do dia de hoje, temos o
Projeto de Lei da nobre Vera. Tereza Franco que propõe redutores de velocidade
nos corredores de ônibus.
Eu acho que o redutor da
velocidade é algo extremamente importante na vida de todos nós, mas eu acho,
Vera. Tereza Franco, que eu também precisaria colocar uma emenda no Projeto de
V. Exa., reduzindo, colocando um redutor de velocidade para o Executivo Municipal
no IPTU. A proposição de V. Exa., Vera. Tereza Franco, faz com que a velocidade
do ônibus seja diminuída, mas a velocidade do Executivo é muito maior do que a
do ônibus. A alteração do IPTU vai a dados de 129,79% no metro quadrado.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, por mais
brilhante que seja o orador, ele se desviou da Pauta. Eu pediria que V. Exa.
solicitasse ao Ver. João Dib que se restringisse ao período de Pauta.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, nós pedimos a V. Exa. que se restrinja à Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato, Sr. Presidente, a V. Exa., mas não acho que eu esteja fora
da Pauta.
Para que o redutor de
velocidade da Vera. Tereza Franco é proposto? Para que a vida do
porto-alegrense seja protegida, e eu quero proteger a vida e o bolso do
porto-alegrense colocando uma emenda de redutor de velocidade nos anseios do
Executivo Municipal de arrancar do povo de Porto Alegre valores exorbitantes do
IPTU, que não estão colocados singelamente para este ano, mas para os próximos.
Então, eu vou ficar com os redutores de velocidade da Vera. Tereza Franco
porque são bons. Nós temos que diminuir a velocidade dos ônibus, exatamente
como colocou V. Exa., na entrada e na saída, porque é quando pode ocorrer o
risco. Realmente, o espaço é quase que milimetrado e ele tem de entrar com mais
vagar porque, se uma pessoa estiver fora do corredor, vai ser atropelada. É bom
que haja essa redução e isso não vai atrapalhar o tempo de percurso porque ele
pode recuperar na parte que ele tem livre e que é geralmente plana.
Parabéns a V. Exa., Vera.
Tereza Franco, e vamos ver se o Executivo se inspira em V. Exa. e não atropela
os porto-alegrenses com a velocidade que pretende implantar ao acréscimo de
IPTU, que vai até 129.79% no metro quadrado da construção. Curiosamente, Vera.
Tereza Franco, esses valores maiores são para aqueles menos aquinhoados. Para
as classes A e B não são os maiores valores. Os maiores valores estão nas
classes C, D e E.
Então, cumprimentos, mais
uma vez. Vamos reduzir a velocidade de todos: dos ônibus e do Prefeito. Saúde e
paz. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está na Pauta de
hoje o Projeto de Lei Complementar de autoria do Ver. Juarez Pinheiro que dá
nova redação ao art. 7º da Lei Complementar nº 320, de 2 de maio de 94,
dispondo sobre denominação dos logradouros, que dependem de manifestação
favorável da comunidade, através de votação, de abaixo-assinado ou qualquer
outro meio capaz de expressar a vontade da maioria dos moradores do logradouro
a ser denominado.
Parece-me, Ver. Juarez
Pinheiro, dentro do alto mérito desse Projeto, mas principalmente da
participação da comunidade, que temos que fazer alguns considerandos em relação
a essa proposta.
A primeira delas é que
existem locais da Cidade que já foram urbanizados e são destinados à venda de
terrenos para construção. Então, formam-se ruas, que passam a ter denominações,
ou simbólicas, através de número ou letras, ou através de nomes. Muitas vezes
não existe o morador e já existe a rua. Deveria haver um outro complemento no
Projeto para que fosse esclarecido esse problema, essa situação.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Essa proposta foi colocada para receber aperfeiçoamentos. Há
comunidades que ficam cinco, 10 anos com o logradouro cadastrado, mas
denominado por letra. Cinco, 10 anos é tempo suficiente para que a comunidade articule
culturas. Não seria admissível, no nosso entendimento, sem que fosse consultada
essa população, que nós viéssemos a denominar o logradouro dessa comunidade.
Reconheço que há loteamentos absolutamente novos, onde as ruas estão designadas
por letras, ficando difícil denominá-las. A nossa proposta é que, mesmo
cadastrada, haja a necessidade da consulta à população em reconhecimento a uma
comunidade que vive lá e tem mais direito do que nós em buscar a denominação
desses logradouros. Agradeço a colaboração de V. Exa.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Em segundo lugar, fico pensando se não seria um
“democratismo” obter a procuração através de uma votação eleitoral, sendo
eleito vereador, adquirindo o direito de sugerir nomes de logradouros.
Evidentemente, os nomes só podem ser de pessoas que já faleceram. Existe a
Cidade de Parati, no Rio de Janeiro, que tem suas ruas denominadas por flores -
Rua das Margaridas, Rua das Rosas, etc. Existem outros nomes também, que a
Cidade de Porto Alegre deveria adotar: são os nomes antigos que a própria
cultura impôs, como, por exemplo, a Rua Riachuelo, antiga Rua da Ponte. A Rua
João Manoel era Rua Clara, a Rua Bento Martins era a Rua do Quartel. Havia
nomes pitorescos, como a Rua do Arvoredo, que é a Rua Fernando Machado. É claro
que ficamos na dúvida entre o nome da pessoa e o nome tradicional.
Esse assunto deveria ser
mais debatido aqui, porque suscita um fato muito saudável, que é a participação
da comunidade, da cultura e do próprio Vereador, que é importante na
denominação do nome. Outro exemplo é o nome dado à Rua do Arroio Cascatinha,
que é a Rua Oswaldo Rolla, que é uma glória. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por equívoco eu me
inscrevi, porque queria hoje falar sobre um projeto de lei que está sendo
apresentado pelo Ver. Adeli Sell e que pensei haver entrado já na primeira
Sessão, que trata de equipamentos de segurança em agências bancárias, mas ele
fica para a sexta-feira. Mas, tendo em vista as colocações do Ver. Cláudio
Sebenelo, Vice-Líder do PSDB, em breve talvez o Líder, relativamente ao nosso
Projeto, entendemos que sejam oportunos alguns esclarecimentos.
O Ver. Décio Schauren, em
1994, teve um trabalho de muito fôlego e conseguiu juntar quase que uma dúzia
de legislações esparsas tratando da matéria “denominação de logradouros”. É um
trabalho estafante, qualificado, que orgulha esta Câmara de Vereadores. O Projeto
de Lei foi apreciado, aprovado e sancionado pelo então Prefeito Tarso Genro.
Tenho informações, colhidas de forma fragmentária, de que, por ocasião da
votação, essa questão foi discutida, mas acredito que, por lapso, fez com que
no art. 7º fosse dito e ficasse entendido que apenas aos logradouros
não-cadastrados, ou seja, conhecidos popularmente, ficava a obrigatoriedade da
oitiva da população da rua ou do entorno. Nós temos o entendimento de que são
inúmeros os loteamentos desta Cidade em locais mais distantes, um pouco mais
longe dos olhos dos Srs. Parlamentares, que ficam por muitos anos sem
designação. E essas pessoas vão constituindo a sua história. E não é possível
que se vá na SMOV ou na Secretaria do Planejamento pegar três ou quatro nomes
de ruas, locais que sequer a gente conhece, para se dar uma designação.
Então, o Projeto tem este
entendimento. Parece-me que deve haver o respeito às pessoas que estão lá, há
10 ou 15 anos, morando, que já tiveram pessoas das suas relações falecidas ou
que queiram dar uma outra designação. Nada impede a iniciativa legislativa,
nada impede que a gente vá lá conversar com estas pessoas, além de denominar o
nome das ruas, ver as suas questões, discutir com elas aquela denominação que
nós pretendemos dar. Com isso, nós não queremos inviabilizar, de forma alguma,
a iniciativa dos parlamentares, mas apenas qualificá-la ainda mais. Existe o
caso de loteamentos novos que, na verdade, não têm moradores ainda. Nesses
casos, por óbvio, não é possível, em face da impossibilidade fática, que nós
venhamos a exigir que seja acompanhado o Projeto de Lei neste abaixo-assinado.
São essas as explicações que
eu queria prestar aos Srs. Vereadores, rogando que o Projeto seja avaliado e,
se alguma sugestão para aperfeiçoá-lo houver de parte dos Srs. Vereadores, que
a encaminhem, porque nós a acolheremos, e o objetivo é aperfeiçoar uma
legislação tão importante. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu também vou falar sobre o redutor
de velocidade, até provocado pela fala do Ver. João Antônio Dib. Olhando o
Projeto da Vera. Tereza Franco, eu acho que a Vereadora nem pensou, quando o
fez, que ele teria esta amplitude e essa dimensão toda.
O Ver. João Antônio Dib veio
aqui dizer que vai entrar com uma emenda, que entendi ser no Orçamento,
propondo redutor de velocidade para reduzir o que em outras épocas se chamava
“vampirismo fiscal”, referindo-se, talvez, ao reajuste da planta de valores.
Esse projeto que reavalia a planta de valores é um redutor de velocidade, da
velocidade com que o Município de Porto Alegre e todos os municípios estão
sendo devorados pela política adotada pelo Governo Federal e pelo Governo
Estadual.
Já falamos várias vezes
aqui, e os jornais têm divulgado, sobre a Lei Kandir. O Governo do Estado
sequer repassa as multas de trânsito! É exatamente por isso que esse projeto
que o Prefeito trouxe aqui ontem é a tentativa de colocar um redutor na
velocidade com que as receitas do Município se deterioram. E não só aqui!
Inclusive municípios governados pelo seu partido no interior estão desesperados
à procura de um redutor de velocidade para reduzir a velocidade com que os
recursos dos seus municípios se esvaem, criando dificuldades para o cumprimento
de obrigações municipais no campo da saúde, da assistência social e da
educação, que, como se sabe, a partir da Constituição de 1988, passaram a ser
tarefa dos municípios. Então, Ver. João Dib, acho que V. Exa. não pode propor
redutor numa coisa que é uma tentativa de reduzir os efeitos de uma política
que está prejudicando enormemente as finanças do Município.
Acho estranho que o Ver.
João Dib, ao contrário de seu colega de bancada, que tem trazido essas questões
nacionais para esse debate porque são questões todas relacionadas com o
Município de Porto Alegre, fuja do debate. Disse que nem conhece o Maluf. O
Ver. João Dib é um homem sem “p”: não tem passado, nunca foi poder e não tem
partido. É um homem sem “p”. Esse tipo de situação criada é que leva os
municípios ao desespero. E não é só Porto Alegre. Alguns municípios governados
pelo seu partido estão mais desesperados do que Porto Alegre com essa demolição
das finanças dos municípios por causa de uma política levada em nível nacional
e estadual, de que o seu partido contraditoriamente participa.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. José
Valdir, V. Exa. tem mais sorte do que eu, porque o Ver. Juarez Pinheiro está
tratando de outros assuntos e não entrou com Questão de Ordem. Vou-lhe dar um
exemplo de velocidade para tomar o dinheiro de quem tem menos: construção de
alvenaria “a” - aumento de 40,73%; alvenaria “e”, que é a melhor de todas - só 22%.
Então, ele está querendo tomar de quem tem menos e não de quem tem mais.
O SR. JOSÉ VALDIR: Nós vamos ter muito tempo para fazer esse debate, Ver. João Dib. Agora
eu estou falando em cima da sua fala de transformar o Projeto da Vera. Tereza
Franco em um projeto pitoresco e ampliar o seu sentido e vir aqui dizer que vai
propor um redutor de velocidade para deter o que V. Exa. tem classificado de
“vampirismo fiscal”, sem analisar as conseqüências que hoje se abatem, de uma
política desastrada, em nível nacional e estadual, sobre todos os municípios.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Vera. Maria do Rosário está com a palavra
para discutir a Pauta. Desiste. Não há mais inscrições.
O Ver. Paulo Brum está com a
palavra para uma Comunicação de Líder em nome do PTB.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, falo sobre um assunto do meu PTB.
Sábado passado tivemos uma
reunião da regional de Santa Cruz e lá, através do pronunciamento do nosso
Prefeito Sérgio Moraes, ficamos encantados com a administração que o PTB vem
desenvolvendo em Santa Cruz, onde, com certeza, está revolucionando na questão
da habitação popular.
Pasmem, Srs. Vereadores:
casa popular a dois mil e 30 reais e 23 centavos. É uma casa nova, uma casa
barata para a população carente de Santa Cruz e encontra a solução para uma
questão terrível, que são os pneus usados que normalmente vão parar nos lixões.
Com a produção das chapas pré-moldadas em pavilhão industrial instalado junto
ao presídio regional, com o aproveitamento da mão-de-obra prisional e
supervisão de funcionários da Secretaria Municipal da Habitação e Serviço
Social, com essa atividade, os presidiários, além de exercerem um ofício, estão
sendo reintegrados à sociedade com vantagens de uma remuneração de um salário
mínimo mensal, sem encargos sociais, e remição de sua pena - para cada três
dias trabalhados, um dia de redução. Serão empregados 25 detentos em jornada
normal de trabalho diário de oito horas, com capacidade produtiva de até 456
chapas por dia, equivalentes a quatro casas de 40 metros quadrados cada. As
chapas são produzidas em formas metálicas, com sistema de encaixe tipo
macho-e-fêmea. São compostas por borracha triturada de pneus usados na
proporção aproximada de 50%, o que, além do benefício ecológico, reduz o custo
de sua composição, tornando-a mais leve, acústica e térmica. Areia, cimento,
ferro e água completam a sua composição, cuja resistência, comprovada através
de testes específicos, é de 100%, superior à do tijolo maciço normal de argila.
Vejam, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, essa inovação: o custo final dessa residência popular é de dois mil
e 30 reais e 23 centavos. Vejam V. Exas. a criatividade do nosso Prefeito de
Santa Cruz, do meu partido, o PTB, Dep. Sérgio Moraes, que está implantando e
revolucionando, com certeza, a questão da habitação popular no nosso Estado e,
quiçá, no nosso Brasil.
Esse “kit” está sendo
apresentado na Oktoberfest, em Santa Cruz. Está disponível para quem quiser ver
a maneira como é elaborado, com todas as explicações, com todos os dados. Está
à disposição dos Srs. Vereadores para que verifiquem de perto essa inovação que
o PTB está apresentando em Santa Cruz para o Rio Grande e para o Brasil. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que os processos nºs
2392/97 e 2428/97 sejam votados antes dos demais.
O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando
inversão da Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 2392/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/97, de autoria do Ver. Luiz
Braz, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Pedro
Antônio Krás Borges.
Pareceres
- da
CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol:
pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA;
- Art. 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos
do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
140/97. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO por 28 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC. 2428/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/97, de autoria do Ver. Paulo
Brum, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marçal
Fortes Netto.
Pareceres
- da
CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA -
Art. 82, § 2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº l45/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre a Marçal Fortes Netto
O SR. 1º SECRETÁRIO: Sr. Presidente, eu gostaria de registrar a presença
da filha do Sr. Marçal Fortes Netto.
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO por 28 votos SIM.
Em homenagem ao Cidadão de
Porto Alegre Sr. Marçal Fortes Netto, representado aqui pela sua ilustre filha,
a qual parabenizamos, esperamos o momento para a entrega do título.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 3019/97 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 016/97, de autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que
autoriza o Prefeito Municipal a ausentar-se do País de 04 a 07 de outubro de
1997.
Parecer
- da CCJ, com o PDL. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PDL que autoriza o Prefeito a ausentar-se do País de 04
a 07 de outubro de 1997. (Pausa.) Em votação. O Ver. João Dib está com a
palavra para encaminhar.
Srs. Vereadores, enquanto o
Ver. João Dib se aproxima do “púlpito”, queremos dizer que a Sra. Carla, da
comissão que trata do assunto da igrejinha da Paróquia Martin Luther, solicitou
que se distribuísse um documento remetido pela comissão a todos os Srs.
Vereadores, o que está sendo feito pela Assessoria do Gabinete, Srta. Karina
Piccoli.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, disse bem o Sr. Presidente quando
falou que eu me dirigia ao “púlpito”, e não à tribuna. Na verdade, neste
“púlpito”, eu deveria orar a Deus para que esta Cidade tivesse uma
administração iluminada, para que o seu Prefeito e Vice-Prefeito trabalhassem
por Porto Alegre em Porto Alegre.
A administração prefeitoral,
a cada três dias, viaja um. Será que a Cidade de Porto Alegre não tem
necessidade de prefeito? Será que a Cidade de Porto Alegre pode exportar o seu
Prefeito e deixar entregue a Capital a quem não sei, às vezes, até que um dia
aqui - no meu entendimento, irregularmente - assumiu o Vice-Presidente da
Câmara a Prefeitura? Será que nós não precisamos de prefeito? Porque, na
verdade, a Câmara Municipal de Porto Alegre, até 1892, governou a Cidade. Aí, o
presidente não viajava. Mas, agora, o Prefeito da Cidade, a cada três dias,
viaja um. Eu não posso impedir que o Prefeito viaje. Posso até lhe criar
problemas pela má redação do pedido de licença, olhar que ele não chegou na
hora marcada, mas não entendem muito bem que isso tem validade.
Quando o Prefeito assina e a
Câmara diz que ele vai viajar e voltará às 10h11min, se às 10h12min ele não
estiver, ele não é mais prefeito. Nem quanto a isso, ao menos, eles respeitam a
Casa do Povo de Porto Alegre. Várias vezes eu disse: “Dê o dia de saída, dê o
dia da chegada, mas não dê a hora, porque, caso contrário, teremos que tomar
providência”. Talvez, se o Prefeito ficasse cuidando das coisas da Cidade, não
proporia a violência que é o aumento do IPTU desta Cidade, uma violência que
não é para o ano de 98, mas para 99 e 2000 também. Os menos aquinhoados terão o
metro quadrado aumentado em percentual maior do que os bem aquinhoados. Nem ao
menos com isso a administração prefeitoral se preocupa. E a variação é de 22.5
a 106% do valor do metro quadrado.
O Prefeito deveria ficar
aqui, estudando as coisas da Cidade de Porto Alegre, e não ir a um programa de
televisão sem conhecê-las. O apresentador lhe disse: “Eu pensei que V. Exa.
conhecesse o projeto; por isso, lhe perguntei”. O Prefeito respondeu que o
projeto era normal. Não era normal! O Projeto Hermes foi aprovado no Plano
Diretor, e o parecer do Plano Diretor foi sancionado pelo Prefeito. O Prefeito
disse, na televisão, que o “shopping-papel” está resolvido. Nos próximos dias, vão
mudar o pessoal para a Vila Nova. Mas será que esta Câmara não tem força
suficiente para ser ouvida pelo Prefeito? Ele viaja muito; por isso, não pode
ouvir a Câmara.
A bancada do Prefeito aqui,
para que fosse votado o regime urbanístico, disse que, em duas semanas, o outro
projeto estaria aqui. Não está aqui nem em dois, nem em três meses. O Prefeito
vai viajar para Buenos Aires para dizer como se faz o Orçamento Participativo,
em vez de dizer como é que se governa uma cidade, e nós ficamos aqui. Fomos
falar com a comunidade e dissemos que sem o outro projeto não aconteceria nada.
O Prefeito anuncia que vai acontecer. Na Vila Nova, a comunidade não quer - e
tem o direito de não querer; o próprio Plano Diretor define isso. O Prefeito
não sabe; ele disse que vai mudar. Mas e a bancada do Prefeito, que me prometeu
que traria a esta Casa, em duas semanas, o segundo projeto de lei, do
“shopping-papel”?! É que o Prefeito viaja demais, e esse intervalo de tempo faz
com que ele esqueça as coisas que estão acontecendo e não permite que um
encaminhamento normal das coisas ocorra. A cada três dias, um dia de viagem!
Porto Alegre vai muito bem
sem um prefeito como esse que aí está. Ele poderia ficar em Buenos Aires,
talvez dando aula, porque aqui ele está demonstrando que não é necessário. Por
isso, Sr. Presidente, eu vou deixar que o Prefeito vá para onde quiser. Vou dar
as minhas bênçãos do “púlpito”, como disse V. Exa., mas vou pedir a Deus que
esta Cidade seja bem administrada. Muito obrigado. Saúde e paz!
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. João Dib é muito inteligente,
pois utiliza um encaminhamento de uma licença do Prefeito Municipal da nossa
Cidade para fazer oposição a uma série de encaminhamentos que estamos dando
para a nossa administração. É um direito seu! Mas eu também tenho o direito de
não concordar. Esta Cidade tem uma administração, e não é uma administração de
um homem só; é uma administração de um prefeito e de um vice-prefeito, que
compõem seu secretariado e que repassam responsabilidades. Esta é uma
administração que tem secretários, que tem diretores que sistematicamente vêm a
esta Casa, quando solicitados ou não. Podemos cometer equívocos e, quando nós
os detectamos, somos os primeiros a reconhecer as nossas fragilidades, as
nossas debilidades e os nossos erros.
O que considero errado é que
alguns colegas Vereadores da oposição não têm a generosidade de reconhecer os
inúmeros acertos da nossa administração. Esse é que é o real problema! O
Prefeito vai viajar, mas a Cidade continuará a ser governada como se ele aqui
estivesse, porque é um governo coletivo, é um governo que ouve a população.
Como ontem, quando o nosso Prefeito veio entregar a peça orçamentária: aqui
estiveram com o Prefeito os representantes do povo de Porto Alegre, os
delegados do Orçamento Participativo, e, infelizmente, não vi a presença de
alguns dos Srs. Vereadores. Lá, no Palácio, a Administração Popular também
cumpriu a sua responsabilidade, meu caro Ver. João Carlos Nedel.
Se formos discutir o
Shopping Cristal - e há uma diferença entre papel e cristal, que alguns querem
desconhecer... Chama-se o Bairro Cristal, o Shopping Cristal. As coisas têm
nome. E, se o segundo projeto não chegou, conforme prometemos, é porque há uma
mudança de local. E, se for para discutir a mudança de local, queremos discutir
- não há problema -, porque nós temos, sem dúvida nenhuma, toda a abertura para
fazer esse necessário e legítimo debate aqui nesta Casa.
Por fim, quero dizer que o
nosso Prefeito viajará a Buenos Aires para divulgar a nossa Cidade, para
divulgar como aqui se governa, portanto, em uma relação com o mundo, para que
para cá convirjam outras experiências, outros visitantes, para que possamos
abrir Porto Alegre, a nossa experiência para o mundo, e não nos enclausurarmos
aqui na Cidade. E, para reafirmar, este é um governo para todos, um governo
onde há uma divisão de responsabilidades. E, na ausência do Prefeito, o Vice
governa e os Secretários administram, porque este é um governo de
solidariedade, um governo de trabalho coletivo. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar o PDL.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero responder
ao Ver. Adeli Sell, que ocupou a tribuna recentemente, quando disse que o
Prefeito Raul Pont, o bem-humorado Prefeito Raul Pont, iria representar a
Cidade de Porto Alegre em outras cidades do mundo.
Acredito que Porto Alegre
teria representações muito melhores que essa, através da sua arte, do seu povo,
povo esse, de Porto Alegre, que não permite que uma cidade linda como Porto
Alegre seja carimbada por uma eventual forma de administrar que, entre aspas,
“revolucionou o País”. Pelo amor de Deus! É muito estranho, muito interessante
e talvez seja muito curiosa essa voracidade por viagens e por se afastar de uma
cidade de que se diz tanto gostar, mas, de cada três dias de administração, uma
é fora de Porto Alegre. Ora, dizer que é o governo da solidariedade, quando se
invade impunemente o Parque Gigante, quando se esmaga o Albergue Dias da Cruz,
quando se vetam os jogos de excepcionais? Esse Governo, que vai divulgar tão
bem a Cidade de Porto Alegre no exterior, vai viajar para mostrar o Orçamento
Participativo - criação unilateral de um partido -, que não ouve, pelo menos,
os moradores do Menino Deus, que, na sua unanimidade, são contra aquela pista
de eventos colocada, tecnocraticamente, “goela abaixo” da população, num local
onde a população não quer.
Considero curioso e
pitoresco que o Ver. Adeli Sell venha à tribuna para dizer que essa
Administração prima pela solidariedade. Muito pelo contrário. É uma
administração que, muitas vezes, se mostra hostil aos interesses da população.
Inclusive, é só examinar essa nova proposta de aumento de tributo ou a proposta
de aumento das passagens de ônibus municipais, fazendo com que a população, que
não teve reajuste salarial, sofra cada vez mais. Sempre que se expõem as
mazelas desta Administração, ela rebate com defeitos dos outros e não com suas
virtudes próprias, que estão começando a ficar difíceis de serem encontradas.
Vou fazer uma exceção: o Ver. José Valdir respondeu da tribuna a um aparte do
Ver. Antonio Hohlfeldt dizendo que realmente o PT errou em não encaminhar uma
documentação que o Vereador pediu.
A Bancada do PT fica irada
quando se diz que eles não reconhecem seus erros, quando se diz que são dóceis
em relação às mensagens do Executivo como, por exemplo, a extinção da Epatur,
uma autarquia que agora é colocada como subordinada à Secretaria Municipal de
Indústria e Comércio, onde ela perde seu valor e cuja única conseqüência é a
extinção da Epatur. Numa cidade tão linda e tão graciosa como Porto Alegre,
certamente é atração para qualquer política de turismo, como nós solicitamos
para Porto Alegre. E o Ver. Adeli Sell vem à tribuna, mais uma vez, dizer que
este é um governo da solidariedade, do amor, quando se sabe, de uma forma não muito
civilizada, que o Executivo Municipal faz esse tipo de proposta.
Não se esqueçam, por favor,
que deve vir por aí uma nova proposta de aumento de táxi, uma nova proposta de
tarifas de ônibus. Deve vir uma nova proposta de aumento do IPTU e que,
certamente, passará ao consumidor todos aqueles problemas não providenciados
pela Administração Municipal e que hoje fazem com que nós tenhamos uma Porto
Alegre mais triste, talvez um pouco menos triste, porque o PT deve viajar
durante dois ou três dias e a Cidade ficará um pouco mais tranqüila e um pouco
menos vítima da voracidade da Administração Municipal. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
(Apartes anti-regimentais
dos Vereadores Renato Guimarães e Cláudio Sebenelo.)
A Mesa solicita que os
apartes anti-regimentais sejam evitados. Por favor, queiram fazê-los no saguão,
atrás deste Plenário.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é um fato absolutamente normal,
corriqueiro: a ida de um prefeito a uma outra cidade, a um outro país para ou
buscar conhecimentos, ou buscar recursos, ou levar informações preciosas,
trocá-las com os outros administradores, ou fazer alguma coisa que seja útil
para a nossa Cidade. No meu tempo de Câmara Municipal, não lembro de um projeto
desses que, submetido à Câmara, tivesse sido negado. Agora, este, Ver. Pedro
Américo Leal, traz alguma coisa que temos que analisar.
O Prefeito quer ausentar-se
para ir a Buenos Aires falar sobre Orçamento Participativo. Eu pergunto a V.
Exa.: quantas vezes ele veio a nossa Câmara para discutir Orçamento
Participativo? O que V. Exa. sabe a respeito disso? A única coisa que V. Exa.
sabe é que nós votamos todos os anos o Orçamento Participativo aqui nesta Câmara,
que parte dos recursos de investimentos fica à disposição do tal de Orçamento
Participativo para que ele possa indicar as suas obras. Ver. Nereu D'Ávila,
quantas obras indicadas pelo Orçamento Participativo são concluídas? Esta
Câmara não sabe nada e vai autorizar que o Prefeito vá à Argentina falar sobre
Orçamento Participativo! Vai falar de algo que a Câmara desconhece, sobre algo
que o Prefeito se nega a vir discutir com os seus Vereadores, que é sempre
goela abaixo de seus Vereadores, quando se trata de Orçamento Participativo.
Vejo muitos Vereadores, inclusive de oposição, simplesmente se curvarem ao
Prefeito e, não conhecendo o Orçamento Participativo, aprovarem tudo.
Eu acho que é uma coisa
muito simples a ida de um prefeito a uma outra cidade para ser painelista, mas,
quando ele vai falar sobre um assunto que diz respeito, única e exclusivamente,
à tática de seu partido e não com referência à administração de sua cidade, não
com referência a algo que possa trazer benefícios para a cidade, mas vai falar
sobre alguma coisa que apenas trouxe benefícios para seu partido, acho que esta
Câmara Municipal não deve dar essa autorização. Acho que, antes disso, deve
solicitar que o Prefeito venha até aqui para discutir com seus Vereadores o
Orçamento Participativo, porque, no momento em que ele discutir com os seus
Vereadores, ele estará discutindo com a sociedade. Mas ele se nega a discutir
com a sociedade! Ele prefere discutir dentro do Orçamento Participativo, e
todos sabemos que ele é manipulado pelo partido que está no poder.
Poderia parecer simples
aprovar, mais uma vez, uma autorização para que o Sr. Prefeito Municipal saísse
da Cidade, mas essa autorização é um desrespeito para com a Cidade, para com a
sociedade. Nós temos responsabilidades, compromissos assumidos com os nossos
eleitores, e esses compromissos nos levam a perguntar como o Sr. Prefeito
Municipal irá portar-se como painelista na Argentina. Nós não sabemos, não
conhecemos o Orçamento Participativo. Quando falamos isso, eles nos falam que devemos
ir às reuniões para saber. Essa é a resposta que recebemos. Eu convido o Sr.
Prefeito para vir até aqui para falar com a Câmara, com Porto Alegre, a
respeito do Orçamento Participativo, e somente após ir à Argentina falar com os
argentinos sobre essa manobra, que, como diz o Ver. Pedro Américo Leal, é uma
manobra diabólica do partido que está no poder. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. CYRO MARTINI (Requerimento): Eu gostaria de requerer as cópias
taquigráficas do pronunciamento do Ver. Luiz Braz há pouco proferido.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está autorizando. V. Exa pode dispor das cópias.
O Ver. Luiz Fernando Záchia
está com a palavra para encaminhar o PDL.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não iria me
manifestar porque entendo que é um assunto simples, discordando um pouco do
Ver. Luiz Braz e do Ver. João Dib.
Se o Prefeito Municipal foi
votado pela maioria desta Cidade, temos que acatar uma decisão democrática. Se
essa maioria que elegeu o Prefeito Raul Pont entende que ele tem todas as
condições de representar a nossa Cidade, os Vereadores desta Câmara não podem
estar discutindo a validade ou não do que o Prefeito Raul Pont irá discutir em
Buenos Aires. Isso é importante, porque ele estará, entre outras coisas,
analisando a construção de alternativas populares de governo e administração.
Isso todos nós queremos. Nós, Vereadores que temos compromisso com a Cidade,
independentemente de partido, estamos querendo construir uma sociedade.
Este intercâmbio de que o
Prefeito Raul Pont irá participar e em que também será discutido o Orçamento
Participativo, que alguns Vereadores - e eu posso também estar incluído nesses
que têm divergências, mas não compete a mim discutir a validade ou não da
participação do Prefeito Raul Pont, que vai estar representando esta Cidade...
Ele estará discutindo, fazendo um intercâmbio com outras autoridades, criando e
analisando alternativas populares do Governo e da Administração. Todos nós
queremos isso. O Prefeito estará representando a Cidade de Porto Alegre, ou
seja, a maioria desta Cidade que o elegeu como Prefeito. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o PDL nº 16/97. Em votação nominal, por solicitação do Ver.
Isaac Ainhorn. (Após a chamada.) APROVADO
o PDL nº 16/97 por 26 votos SIM, 01
voto NÃO, 01 ABSTENÇÃO.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que o PLE nº 38/97,
da folha 14, seja votado em primeiro lugar e, logo a seguir, o PLE nº 35/97, da
folha 13.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra o voto do Ver. João
Dib.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2675/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/97, que autoriza o Poder
Executivo Municipal a contratar operação de crédito com o Banco Interamericano
de Desenvolvimento - BID, para financiamento do Programa de Desenvolvimento
Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências. Urgência.
Parecer Conjunto - da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE,
CEDECONDH e COSMAM. Relator Ver. Reginaldo
Pujol: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da
CMPA - Art. 122, III, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. João Dib apresenta uma Emenda de
Liderança ao PLE nº 38/97. A Mesa apregoa a Emenda do Ver. João Dib.
Em discussão o PLE nº 38/97.
O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu havia apresentado esta Emenda no
momento da discussão, nas Comissões Conjuntas, para que ela fosse analisada,
mas o nobre e eminente Ver. Juarez Pinheiro, que presidia a Sessão Conjunta, me
alertou para o fato de que, se eu mantivesse a Emenda, teria de o processo ser
remetido ao Relator para que ele relatasse a Emenda. Como eu não tenho
contrariedade em relação à III Perimetral, a obra, no meu entendimento, mais
importante do sistema viário desta Cidade, eu, prontamente, concordei e retirei
a Emenda que está sendo apresentada neste momento e para a qual, eu requeiro,
se o Ver. Juarez Pinheiro não o fizer, que seja dispensada de remessa ao
Relator para que ela seja votada junto com o Projeto, já que ela não altera
nada de mais. É importante que a Casa saiba o que está acontecendo na Cidade, e
não saiba apenas pelos jornais, saiba com antecedência.
Quero cumprimentar, até, o
Executivo Municipal, que, quando falava aqui no Programa de Desenvolvimento
Municipal de Porto Alegre, nós não sabíamos nada sobre ele e ele estava
incluído num projeto de lei. O Executivo veio, através do seu Secretário de
Captação de Recursos, e deu os esclarecimentos necessários, e a dúvida era
apenas quanto à pavimentação comunitária de 21 milhões de reais, que não é pouco
dinheiro, é muito dinheiro, e que a Câmara precisa saber como e quando serão
aplicados.
Nenhuma restrição à votação
que, neste momento, se opera, esperando que a Emenda seja aceita, até porque é
de interesse de todos os Vereadores saber o que ocorre na Cidade. Esperamos,
também, que seja aceito o requerimento de dispensa de remessa ao Relator para
parecer. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, Ver. Reginaldo Pujol para discutir o PLE nº 38/97.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como destacou o
Ver. João Dib, nós tivemos ensejo de ter contato com este Projeto e oferecer
parecer favorável ao mesmo, e o fizemos de forma objetiva, de forma sintética,
especialmente dada a relevância das obras que deverão ser realizadas nesse
programa e que representam antigas reivindicações da Cidade, especialmente no
que diz respeito à III Perimetral, para onde são alocados recursos da ordem de
84 milhões de reais, o que, evidentemente, nos permite antever que, senão toda,
pelo menos grande parte daquela obra possa ser feita com esses recursos.
Em verdade, só nesta Casa a
execução dessa obra é reclamada por mais de um decênio, em que se busca
priorizar como uma alternativa concreta, objetiva, eficaz para que o gargalo do
trânsito da Cidade de Porto Alegre em várias ruas, em vários bairros da Cidade,
possa, afinal, ser desfeito. Todos nós sabemos que esta III Perimetral engloba
a duplicação da Av. Salvador França, por exemplo, da Av. Aparício Borges, as
obras de arte previstas na rótula da Av. Carlos Gomes, na rótula da Av. D.
Pedro II, na rótula da Av. Salvador França, que, segundo consta, estaria sendo
retirada das prioridades numa tentativa de equacionar o problema por outro
meio, aparentemente menos oneroso e eu não sei se tão eficiente.
Evidentemente, Sr.
Presidente, que o Ver. João Dib, quando propõe uma emenda, e o faz com relação
a um item do programa que representa recursos na ordem de 10% do total que está
sendo autorizado por esta Casa, se a memória não me falha, o previsto para
pavimentação comunitária é algo em torno de 15 milhões de reais. Evidentemente
que, se eu tivesse conhecimento desta Emenda na ocasião, o Parecer deveria ser,
da mesma forma, favorável, porque o que o Ver. João Dib pretende com a Emenda é
manter esta Casa inteirada, informada acerca de determinadas afirmações,
determinadas deliberações que aqui ocorrem, que se transformam num verdadeiro
cheque em branco para o Município à míngua de discriminação maior do emprego
dos recursos.
É claro que, quando se
transformam em 84 milhões de reais para o complexo de obras que compõe a
Perimetral, temos uma idéia de onde serão gastos. Não poderão ser gastos em
outro lugar, Ver. Pedro Américo Leal. Segundo nós afirmávamos, essa obra
custaria 120 milhões de reais. Agora estão dizendo que resolve com 84 milhões
de reais. Tenho temor que não resolva toda a obra, mas todos os 84 milhões de
reais serão gastos na execução de obras nessa linha, traçadas no planejamento
urbano de longa data e que vem desde a Zona Sul até a Zona Norte de Porto
Alegre.
Agora, o cheque menor, a
autorização para recursos para pavimentação comunitária: o que deseja o Ver.
João Dib? Deseja que, com antecedência, a Câmara saiba onde está sendo
comprometido esse recurso.
Parece-me que o ânimo que
temos em aprovar este Projeto de Lei, não impedindo que o Município leve a
termo um programa que lamentamos que não tenha sido levado a termo
anteriormente, o ânimo de nos manifestarmos solidários nos autoriza a buscarmos
o apoiamento de que esse mínimo de informação seja garantido à Casa e que,
junto com o Projeto, nós todos possamos também aprovar a Emenda do Ver. João
Dib, que não prejudica em nada o andamento do programa e que melhora, qualifica
e possibilita um melhor conhecimento e encaminhamento da tarefa da Casa de
fiscalizar a execução dos programas por ela autorizados. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 38/97.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós já havíamos manifestado a
necessidade que a Cidade tem de, rapidamente, começar essas obras da III
Perimetral, mas eu acho que esta Câmara Municipal hoje, votando este empréstimo
do BID, que é de 77 milhões de reais, deve tomar cuidados especiais para com a
fiscalização deste dinheiro com relação à sua aplicação e com relação ao seu
pagamento. Porque esta Casa tem votado já outros endividamentos da Prefeitura,
dívidas a longo prazo, que têm um prazo de carência - vai-se começar a pagar
daqui a algum tempo. Está fazendo com que os orçamentos futuros fiquem
extremamente comprometidos. Significam, Ver. Pedro Américo Leal, os 77 milhões
mais de 10% do Orçamento de Porto Alegre na atualidade. Recebemos ontem o
Orçamento de Porto Alegre: 724 milhões para tudo, para toda a Cidade, para o
ano inteiro. Agora estamos aprovando um empréstimo. Vou votar favoravelmente,
mas estou chamando a atenção para a responsabilidade que estamos assumindo a
partir desse momento, porque estamos comprometendo os orçamentos futuros com os
77 milhões e mais o que já temos.
Disse-me uma vez o Líder da
bancada petista que temos um comprometimento pequeno até essa altura dos
acontecimentos. Eu não tenho conhecimento. Confesso a V. Exas. que, mesmo
fazendo parte da Comissão de Finanças da Casa, não tenho conhecimento total
quanto ao comprometimento do Município com relação ao seu endividamento futuro.
Quero fazer um pedido de
informações à Prefeitura Municipal. Diz-me o Ver. João Dib que já o fez.
Gostaria de receber cópia para que não apenas este Vereador fique informado,
mas também a Comissão de Orçamento da Casa, porque temos que acompanhar “pari
passu” esse endividamento, senão, daqui a pouquinho, serão milhões e milhões
que estaremos aprovando aqui e acabaremos inviabilizando os próximos orçamentos
e as próximas administrações. Quem vai, possivelmente, começar a pagar esse
empréstimo de 77 milhões não será a Administração Popular.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Não posso dizer com cem por cento de certeza o valor exato que os nossos
financiamentos têm, o peso que têm no nosso Orçamento, mas posso dizer que é um
número que não ultrapassa a 5% do Orçamento, de todos os investimentos
realizados.
O SR. LUIZ BRAZ: O endividamento mensal não ultrapassa a 5% do Orçamento, como diz V.
Exa. - isso sem contar com estes 77 milhões -, o que já existe agora, o que
significa que começamos a atingir um patamar de cuidado. Não estou dizendo que
não podemos mais consentir nessa dívida de 77 milhões, até porque acredito que
ela é prioritária para o progresso da Cidade. Eu já ouvi argumentos contrários
à III Perimetral, dizendo que uma quarta perimetral seria uma necessidade maior
em razão do tráfego de caminhões que poderá existir no Centro da Cidade. Eu sou
filiado àquela corrente que acredita que a III Perimetral é urgente e devemos
fazê-la.
Agora, depois de aprovado
este empréstimo, e até para não inviabilizar as próximas administrações que vêm
por aí, acredito que devemos tomar muito cuidado e começar, principalmente lá
na Comissão de Finanças e Orçamento, que integro, a acompanhar o crescimento
deste endividamento, que soma com estes 77 milhões. E a Emenda do Ver. João Dib
vem contribuir para que possamos saber quais são os gastos com a pavimentação e
se, realmente, o dinheiro que vem do exterior vai ser aplicado ou não.
Então, somos favoráveis ao
Projeto e à Emenda do Ver. João Dib. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, há um requerimento, de autoria do Ver. Juarez
Pinheiro, solicitando que a Emenda nº 01, que foi apresentada pelo Ver. João
Dib, ao Projeto de Lei do Executivo nº 38/97 seja dispensada da apreciação
pelas Comissões conjuntas.
Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para discutir o PLE nº 38/97.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho o péssimo
hábito, talvez de jornalista, talvez de professor, de ler o que eu discuto e
voto nesta Casa. Então, leio o ofício do Sr. Prefeito Municipal enviado à
Câmara e que diz que encaminha a esta Casa projeto, para apreciação, em que
existe a contratação de programa do BID no valor de 154 milhões de dólares,
sendo 77 milhões de dólares financiamento por parte do Banco e 77 milhões como
contrapartida do Município. É isso que está escrito na primeira folha do ofício
enviado pelo Sr. Prefeito Municipal. Aí pegamos o quadro que acompanha a lei -
ou que deveria acompanhar a lei, entendo que acompanha a lei - e encontramos o
quadro que é o Programa de Desenvolvimento Municipal, que desenvolve os
investimentos, e descubro que, somando-se as quatro áreas - engenharia,
administração, investimento, modernização administrativa, pavimentação
comunitária, custos adicionais - que devem ser imprevistos -, mais custos
financeiros, chegamos a 153 milhões, havendo um desembolso da Prefeitura e do
BID - 50% para cada um - de 76 milhões e 500 mil reais. E aí fico com essa
curiosidade fantástica: da primeira folha para a folha nove um milhão de reais
sumiu. Ou é um erro, uma distração lamentável e imperdoável do Prefeito Raul
Pont, ou da sua assessoria que não sabe somar, eventualmente, ou realmente é
mais uma dessas tentativas de mandar para a Câmara apenas um papel, sem nenhum
respeito pelo Legislativo, em que se somam números porque a Câmara pediu, se
cumpre burocrática e formalmente alguma coisa, mas que, na verdade, a
matemática não fecha, porque temos aqui que o desembolso da Prefeitura
Municipal é de 76 milhões e 500 mil reais. Está claro aqui, na página 9, mas na
exposição do Sr. Prefeito constam 77 milhões, e na soma que se faz dá 153
milhões, mas na exposição inicial do Prefeito está 154 milhões.
Conversava o Ver. Renato Guimarães
comigo e dizia: “mas a exposição de motivos do Prefeito não é lei”. Isso eu
sei. Há 15 ou 16 anos, quando entrei nesta Casa, aprendi isso. Só que isso
evidencia exatamente o desrespeito, a desarticulação e a falta de informações
que se teima em prestar a esta Casa.
Imaginem os Srs. Vereadores,
daqui a 15 anos, alguém que queira escrever a história de Porto Alegre e a
história da III Perimetral e pesquise nos arquivos da Casa e descubra que 33
Vereadores aprovaram um projeto que, na primeira página, mostra um valor e, na
página 9, mostra outro valor completamente diferente. Ou aqui todos estão
fazendo teatro - apesar de eu trabalhar com teatro, não sou ator, pois não
gosto de fazer teatro -, ou então realmente as pessoas fecham os olhos de
propósito. Agora, qualquer um de nós sabe que o que se vota, o que se discute e
o que se guarda para a história é o documento. O documento é este processo,
que, aliás, continua fininho, sem nenhuma explicação maior, mas, em todo caso,
já temos, pelo menos, um programa. Quando se chega a enviar o programa, ele vem
assim, dizendo coisas diferentes daquelas que o Prefeito diz. Ou o Prefeito
anda mal de assessoria, ou o Prefeito viaja tanto que perdeu, como diz o Ver.
João Dib, no meio da viagem, um milhão de dólares. Mas aqui não fechou, Ver.
Adeli Sell. E não é soma, pois estão explicitados os dois valores. É muito
complicado para nós votarmos.
Essa questão é formal, Sr.
Presidente, é uma questão insignificante. Apenas um milhão de dólares que não
se sabe onde foi parar. Como o Projeto não fala em um milhão de dólares, talvez
nem precisemos nos preocupar. Mas isso mostra a incongruência, a inconsistência
de um documento que chega a esta Casa, um documento que pretende autorizar o
Prefeito Municipal a contratar uma dívida em nome da Cidade e que sequer é
capaz de fechar os números entre a exposição de motivos e o quadro enviado a
esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa tem a honra de
registrar a presença entre nós do ex-Vereador, e sempre Vereador para nós, Sr.
Marcos Klassmann, que nos faz uma visita, acompanhado pelo Ver. Pedro Ruas.
Seja bem-vindo.
O Ver. Renato Guimarães está
com a palavra para discutir o PLE nº 38/97.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é interessante que
se diga, ao discutir essa matéria, que a autorização para contratação dessa
operação de crédito com o BID, além do mais amplo debate feito por este
Plenário com a presença do Secretário Municipal Extraordinário para Captação de
Recursos Internacionais, Sr. José Eduardo Utzig, que esteve nesta Casa
prestando esclarecimentos sobre esse financiamento e as obras a ele
relacionadas, que a maioria dos Vereadores da Casa estava presente naquela
reunião onde discutimos e pedimos informações ao Secretário sobre esse Projeto,
das 9 horas às 12h15min.
Se o resultado de um debate
de três horas para o Ver. Antonio Hohlfeldt é o processo, eu diria que aquela
manhã para mim serviu. Se perguntarem aos Vereadores João Carlos Nedel ou Pedro
Américo Leal quais são as obras da III Perimetral, onde irão se localizar os
viadutos e pontes, tenho certeza de que eles sabem, porque ficaram toda a manhã
aqui debatendo, interessaram-se pelo processo, debateram-no. É interessante que
se diga isso, porque do contrário não sei de que servimos nós, os Vereadores da
Cidade, pessoas responsáveis, convidarmos o Secretário do Município, também
pessoa responsável, que tem afazeres, para vir aqui e passar uma manhã inteira
falando sobre um conjunto de informações que, se não estiverem no papel, aqui,
não servem para nada. Servem, sim.
Estou colocando isso
novamente para que se reavalie o que é dito aqui em alguns momentos. Porque,
quando um Secretário de Governo vem a esta Casa para explicar sobre um
processo, tudo que ele diz é um documento que consta das notas taquigráficas, e
nós, enquanto Vereadores, podemos cobrar.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador,
quero dizer a V. Exa. que é a obrigação do Secretário vir prestar informações.
Na realidade, nós acompanhamos com interesse; as informações foram corretas. O
Ver. Antonio Hohlfeldt levantou um problema que eu não vi, senão teria
levantado também. Na verdade, nós estamos raciocinando com 77 milhões de
dólares, e aqui só têm 76 milhões e 500 mil. Na verdade, isso também não faz
parte do Projeto de Lei. Portanto, é um esclarecimento que ele prestou, mas era
obrigação dele prestar. Deveria ter vindo antes até.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sem sombra de dúvida, foi um lapso nosso, dos 33
Vereadores, porque, no dia em que se discutiu com o Secretário, esses
documentos já estavam nas nossas mãos nesse debate e não levantamos essa
questão. É oportuno que o Ver. Antonio Hohlfeldt faça isso agora, até porque o
Secretário vem aqui e nos presta esclarecimentos. Mas o que eu destaco é a
questão de que se usa como argumento aqui que não se vota projeto por falta de
informação. Não. Pelo contrário, a Casa tem muita informação sobre os processos
que estão sendo votados aqui. Se há discordância nesses processos, é uma outra
questão. A Casa tem muita informação, sim, nos debates que faz nas Comissões e
nos debates que faz aqui no Plenário.
Eu gostaria de colocar no
debate a questão do Programa de Desenvolvimento Municipal e do que é esse
pedido, essa operação de investimento. Hoje o BID empresta dinheiro às
prefeituras para grandes obras, mas ele condiciona esse empréstimo a um
conjunto de outras obras que ele qualifica como para construir a qualidade de
vida do cidadão - o Banco, não a Administração Popular. É um banco
internacional de desenvolvimento que hoje vê que não adianta só grandes
corredores, grandes viadutos, e sim a necessidade de pensar na qualidade de
vida, uma cidade saudável. O BID pede isso e o nosso programa vem atender a
isso.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Renato
Guimarães.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Condicionado à obra da III Perimetral, nós temos um
conjunto de obras, e uma delas se destaca. Um conjunto dessas obras se relaciona
à quase totalidade da Cidade, que são as pavimentações comunitárias.
Nós sabemos que a Cidade de
Porto Alegre, há nove anos, tinha 70% das suas ruas em condição de muito barro
no inverno e muita poeira no verão. Hoje não é mais essa realidade. Os principais
bairros de periferia têm, quase que por completa, a sua estrutura feita, o que
é resultado de um programa de pavimentação comunitária que, a cada ano, de
forma progressiva, pavimenta na Cidade 20 Km.
Na apresentação do projeto
ao BID, nós condicionamos a continuidade desse programa. Por quê? Porque a
pavimentação comunitária não é só colocar o asfalto, mas, sim, colocar o
meio-fio, o esgoto, a rede pluvial, renovar a rede de água potável. Há ruas em
Porto Alegre em que a rede de água potável não era trocada há mais de 50 anos,
estava toda podre; tomávamos água contaminada. Então, para ficar registrado
aqui, quando se fala no Programa de Desenvolvimento do Financiamento do BID, a
pavimentação comunitária consolida a nossa visão de qualidade de vida, de cidade
saudável, e isso é importante.
Há um conjunto de outras
obras, como o próprio Plano Diretor das ciclovias, que alguns Vereadores aqui
da Casa questionam o porquê de Porto Alegre não ter feito ainda ou por que é
tão tímida em trabalhá-las. Nós estamos apresentando nesse Programa de
Desenvolvimento uma proposta de ciclovias na Cidade e dinheiro para tanto, além
de um conjunto de ações para a modernização das ações do atendimento ao cidadão
na nossa Prefeitura.
Esse projeto, o
financiamento para o Programa de Desenvolvimento Municipal, além de responder
por uma grande obra de Porto Alegre, vem atender a um conjunto de necessidades
de todos nós, cidadãos desta Cidade, e, com isso, acredito que a bancada da
situação e o Governo vão contar com o voto de todos.
Digo mais: a Emenda do Ver.
João Dib, que diz que a Casa quer ter conhecimento das obras da pavimentação
comunitária, a nossa bancada não tem nada a se opor, porque eu distribuí
pessoalmente ao Ver. João Dib, bem como a todos os Vereadores, o caderno do
Orçamento Participativo deste ano. Nesse caderno, para quem leu, está a relação
de todas as obras de pavimentação comunitária que vão ser feitas, neste ano,
pelo Plano de Investimentos. Digo isso porque não há necessidade de fazer uma
emenda pedindo transparência. O nosso Governo é transparente. Por ser
transparente, a nossa bancada também vai votar a favor da Emenda e, no momento
oportuno, do Plano de Investimentos, nós traremos à Casa as obras da
pavimentação comunitária que estamos autorizando nesse financiamento. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir. O Vereador
cede seu tempo ao Ver. Antonio Hohlfeldt.
O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para discutir.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não vou entrar na
discussão sobre a obrigatoriedade de o Vereador estar aqui na hora em que um
Secretário vem prestar esclarecimentos. Os Vereadores não têm um só assunto por
dia, por semana ou por mês para tratar. Além disso, quando se marca visita de
Secretário, não se consultam os 33 Vereadores. Se os consultassem, jamais
alguém viria à Casa. Não vou entrar nessa discussão. O Ver. Renato Guimarães é
novo na Casa e talvez a preocupação dele seja em cima dessa questão. Nós
conhecemos bem.
Eu quero enfatizar a minha
preocupação. Pode-se ter 20 dias de prestação de esclarecimentos aqui, mas o
que nós votamos é documento escrito, que se encontra no processo, porque isso
não tem como ser modificado, mudado, negado, ou coisa parecida. Portanto, é
muito bom quando o Secretário vem, e é melhor que possamos participar, mas o
que eu quero é documento. “Papo” é fora da Casa; na Casa, a nossa obrigação é
com relação a documento. Ponto! Para mim esse assunto está encerrado. Senão,
nós vamos ficar divergindo e deixando de discutir o essencial, que é o mérito
do Projeto. No mérito do Projeto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero
relembrar - se o candidato não fugisse do debate durante a campanha - o que
poderia ter sido o grande debate da campanha: a III ou IV Perimetral.
Há 20 anos, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, a III Perimetral era muito boa para Porto Alegre. Vinte anos
depois, nós vamos gastar um dinheiro absolutamente dispensável, desapropriando
e trazendo a felicidade para os proprietários de imóveis da D. Pedro II e da
Carlos Gomes, com o preço do metro quadrado bilionário, quando se poderia, na
verdade, buscar aquela alternativa levantada pela Deputada Yeda Crusius. A
nossa preocupação é que vamos gastar um metro quadrado bilionário na
desapropriação da D. Pedro e da Carlos Gomes, quando se poderia buscar a
alternativa da IV Perimetral, onde o terreno e o seu metro quadrado são
infinitamente mais baratos e onde não jogaríamos caminhões no Centro da Cidade,
subindo a D. Pedro II e poluindo-a com óleo diesel à vontade, ainda que talvez
já haja menos residências, mas onde há empresas, cujos trabalhadores estão ali
nas 24 horas do dia, além de bares, restaurantes, etc.
A minha discordância não é
contra a idéia de termos um financiamento do BID para obras viárias na Cidade;
a minha discordância não é em relação a termos uma nova perimetral na Cidade; a
minha discordância é com essa questão de cabeça dura e de princípios da
Administração Municipal, que teima numa terceira perimetral que, no nosso
entendimento, ficou ultrapassada pelo mesmo argumento que o Prefeito gostou
tanto de usar desde segunda-feira para justificar o aumento do IPTU: a Cidade é
dinâmica, a Cidade cresce, a Cidade se mobiliza, a Cidade se expande. Concordo,
mas a Cidade ultrapassou a III Perimetral, que já nasce velha, que vai gerar
problemas fantásticos, como, por exemplo, no cruzamento da Assis Brasil.
Imaginem os Srs. Vereadores: quem vier ali pela Av. Ceará, quem vier pela BR
116 ou quem vier pela Assis Brasil, querendo entrar para a III Perimetral,
tomando a D. Pedro II, ou mais em cima, quem vier pela Plínio Brasil, a partir
da Baltazar e pegar a Carlos Gomes, ou quem cruzar, a partir da Carlos Gomes,
naquele caos que é o cruzamento da Protásio Alves com a Carlos Gomes! Então,
não estaremos resolvendo nada. Nós vamos resolver é o pessoal do IPTU
bilionário; nós vamos resolver é o pessoal proprietário da D. Pedro II e da
Carlos Gomes, que vai ganhar um belo dinheiro às custas dos cofres públicos da
Prefeitura Municipal.
Eu fui um dos que criticou
muito o então Prefeito João Dib no alargamento da Carlos Gomes porque temia que
a calçada ficasse muito estreita. O Prefeito mostrou que não estava errado e
que era um bom engenheiro - e hoje é um bom Vereador. Eu não critico e tenho
uma posição radicalmente contrária à idéia da III Perimetral porque acho que
ela é um desserviço à Cidade de Porto Alegre. Nós vamos tirar o problema de um
lado e vamos jogá-lo para outro lado só para fazer um teatrão de que fazemos
obras, mas essas obras não vão resolver nada. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, agora sim, agora o
Ver. Antonio Hohlfeldt afinal explicitou o que ele vinha procurando motivos
para não dizer. O Ver. Antonio Hohlfeldt é contrário à III Perimetral e defende
a construção da IV Perimetral. Esse tipo de argumento, Vereador, eu gosto. Eu
acho que, afinal, V. Exa abriu o jogo, porque o argumento anterior, que não foi
mais tocado, não tinha consistência. No art. lº está escrito que é uma operação
de crédito externo no valor-limite de 77 milhões de dólares: valor-limite. E a
diferença entre o total de 150 milhões, que é o total, e 150 milhões e meio é
0,3%.
Então, vejam: o argumento
que o Ver. Antonio Hohlfeldt usou antes, quando inclusive o artigo diz que é no
valor máximo de 77 milhões, não tinha sustentação. E mais: não tem quem
consiga, nessa fase do processo, elaborar e definir números que sejam
absolutamente rigorosos até a última unidade. Todos os valores redondos. E não
há procedimento, em lugar nenhum do mundo, que nessa fase legislativa não
trabalhe com valores redondos. E a Prefeitura está trabalhando com um limite
muito curto, inclusive daquilo que está cotado e daquilo que pode ser o máximo.
Fui conversar com o Ver.
Nedel, que é um homem de contabilidade e de números, e ele tem essa mesma
posição. Seria irresponsabilidade trabalhar de outra forma. Agora, se é a III
Perimetral ou se é a IV Perimetral, aí é um argumento de conteúdo, de fundo. Aí
a discussão tem tergiversação.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Guilherme Barbosa e Ver. Braz, até retirando a minha inscrição
para contribuir para o debate: sobre uma informação que havia sido solicitada
sobre o nível de endividamento do Município, no último balanço colhido com os
companheiros Secretários de Captação de Recursos e da Fazenda, o nível é de
1.5. É um nível baixíssimo para uma cidade que tem o seu orçamento equilibrado.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Bem abaixo, Ver. Braz, do que eu imaginava, embora
não tenha errado no limite máximo, mas concordo que deve ser uma preocupação
permanente de não deixar que esse nivelamento baixo suba. Deve haver uma
vigilância permanente nossa para não deixar esse número subir. Portanto, eu
acho que o Projeto está muito estudado, muito debatido e, embora reconheça a
qualidade de parlamentar do Ver. Antonio Hohlfeldt, eu questiono um pouco a
qualidade de urbanista do Ver. Antonio de questionar a necessidade ou não da
III Perimetral. Ela continua sendo absolutamente fundamental para a Cidade, o
que não quer dizer que, logo adiante, não tenhamos que nos preocupar com a IV
Perimetral, mas continua sendo absolutamente necessária a III Perimetral. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni cede o seu tempo ao Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por vezes, acho
extremamente curioso o tom que o debate aqui na Casa assume. Os companheiros do
PT, quando não têm argumento para debater, começam a julgar e a definir o que
pode ou não o Vereador da oposição dizer. Eu acho que só o Vereador é que decide
a hora em que diz ou não diz determinada coisa, Ver. Guilherme Barbosa. Eu não
estou, portanto, escondendo jogo nenhum. A minha posição é pública e,
inclusive, foi dita, em vários meios de comunicação, a minha contrariedade em
relação a esse Projeto.
Em segundo lugar, eu pensei
que, como V. Exa. tinha gostado do debate, iria debater, mas não debateu. Estou
trazendo claramente algumas questões básicas: número de veículos, qualidade de
veículos, poluição. Tudo o que o Ver. Guilherme Barbosa conseguiu dizer foi a
desqualificação do argumento, mas não trouxe outro. E, aí, é difícil o debate,
porque um processo desses tramita fechado, tramita em tempo rigorosamente
controlado, o mínimo possível, dentro de uma Comissão conjunta, onde não tem
sequer possibilidade de aprofundar a discussão. É muito difícil. Então,
Vereador, não cobre de mim se demoro a trazer argumentos. Eu venho dos formais
e chego até os de conteúdo e, parece-me, dentro de uma técnica legislativa
correta e ideal. A gente começa a discutir o externo e, depois, vai para o
interno, e foi exatamente o que fiz e por isso mesmo estou utilizando
diferentes tempos que a minha bancada me permite e outros Vereadores,
eventualmente, me permitirão.
Agora, eu quero insistir na
questão de que nós estamos fazendo uma obra e vai gerar problemas para a
Cidade, não vai resolver os problemas da Cidade. Nós vamos continuar trazendo
para dentro do âmbito urbano um conjunto maciço de veículos que poderiam ser
absolutamente dispensáveis porque poderiam passar por fora da Cidade, poderiam
passar por áreas que não cruzariam o que hoje já é o Centro da Cidade. Nós
sabemos que todas aquelas áreas da Assis Brasil, Dom Pedro, Carlos Gomes têm
hoje um fluxo de veículos - inclusive com a abertura da Nilópolis, a
continuação da Nilo Peçanha - extremamente grande. E não é nem a construção
eventual dos viadutos que vai resolver o problema, porque não me parece que
estejam sendo previstas três pistas para cada lado. Vamos trabalhar com duas
pistas de cada lado, vamos continuar tendo problemas de fluxo de trânsito, ou
seja, talvez tenha ficado um reconhecimento implícito na intervenção do Ver.
Guilherme Barbosa de que vai fazer a III Perimetral por uma questão de
princípio, mas, depois, já vai ter que fazer a quarta, sim, porque esta aqui,
na verdade, é que vai poder resolver o problema. É na IV Perimetral, apesar de
o Ver. Paulo Brum não querer assistir ao debate, que vamos possibilitar, de
fato, o desafogar do trânsito em Porto Alegre.
Eu quero insistir nisso
porque esse foi um debate que nós propusemos ao longo de toda a campanha no ano
passado e foi um debate do qual o PT fugiu, permanentemente, ao longo de toda a
campanha.
Também no ano passado
levantou-se a questão do Trensurb e dizia-se que nada iria acontecer com ele.
Há poucos dias, recebemos os responsáveis aqui, no Rio Grande do Sul, pelo
Trensurb para mostrar aquilo que considero bem concreto, que é a etapa em
relação à Zona Norte.
Quero chamar a atenção de
que a Casa está sendo envolvida num projeto e na eventual aprovação de um
projeto em que logo seremos chamados - talvez um destes Vereadores, talvez
outros - a discutir a questão. Quero enfatizar que este problema do trânsito na
Zona Norte, este problema de poder jogar, diretamente, da entrada norte para a
entrada sul o trânsito pesado na Cidade não será resolvido com a III
Perimetral. Quero enfatizar bem isso aqui, porque, daqui a alguns anos, veremos
quem tinha razão na intervenção neste Plenário. Eu estou muito tranqüilo e vou
ficar esperando. Quem sabe se, daqui a 10 anos, vou poder dizer que eu falei.
Talvez seja mais uma vez agredido ou acusado de querer ser mais uma vez o
“Joãozinho do Passo Certo”, como muitas vezes me falaram. Mas o curioso é que,
infelizmente, ao longo dos últimos anos, eu tenho sido o “Joãozinho do Passo
Certo” em algumas dessas questões. Fica o registro. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Aproveitando a presença do 2º Vice-Presidente da Casa, Líder do PFL,
Ver. Reginaldo Pujol, a Mesa quer pedir uma saudação muito especial e carinhosa
- como se uma canção existisse nas nossas palmas - pelo aniversário do Ver.
Reginaldo Pujol. (Palmas.)
O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra para discutir o PLE 38/97.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com essa discussão
tão importante aqui realizada, não poderíamos deixar de colocar um dado
requerido pelo Ver. Luiz Braz, com a sua preocupação, Vereador vigilante,
exercendo a sua função de fiscalização, que consultava a bancada do Governo
sobre qual o nível de endividamento. Eu informei que era 1.5 e quero dizer a V.
Exa. que, na verdade, calculado em cima do Orçamento de 96, é 1.44 das receitas
correntes.
O Vereador Líder do PSDB faz
uma discussão, mas nunca apresentou dados técnicos dessa discussão.
A III Perimetral vai ter
três vias de cada lado e um corredor de ônibus em quase toda a sua extensão,
que organiza todo o transporte público desta Cidade. Achamos importante a longa
discussão que teve esse Projeto pela repercussão que vai ter para esta Cidade,
para essa década e para as próximas décadas. Nesse sentido, achamos
extremamente importante a manifestação de todas as bancadas e esses dados
trazidos. Gostaríamos de instruir os Vereadores para terem tranqüilidade agora,
na hora de proferir o seu voto em prol da Cidade de Porto Alegre, em prol dos
cidadãos desta Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registro a presença do Secretário Extraordinário para Captação de
Recursos, José Eduardo Utzig, que se colocou prontamente à disposição para os
esclarecimentos que forem necessários.
Com a palavra, a Vera. Sônia
Santos, que cede seu tempo ao Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Antonio Hohlfeldt propôs um
debate que deveria ser assumido pela bancada dos petistas. Não entendo por que
a bancada petista foge do confronto com o Ver. Antonio Hohlfeldt, que coloca
claramente que ele é favorável à IV Perimetral e não à construção da III
Perimetral. Não estou fazendo o papel de um Vereador de situação, mas de um
Vereador que conhece muito o trajeto da III Perimetral, que mora no percurso
desse trajeto e que, portanto, conhece os problemas que serão resolvidos com a
III Perimetral.
Eu moro em uma das servidões
da Av. Aparício Borges e V. Exas. sabem que hoje essa é uma via que está
praticamente inviabilizada. Nos momentos de grandes congestionamentos, nós, que
moramos lá, não temos como ingressar nessa avenida, e o tráfego torna-se
extremamente perigoso. Ali na Av. Aparício Borges nós não teremos grandes gastos
para fazer o alargamento e fazer com que haja ali duas ou três pistas, já que
as calçadas são largas, amplas. É o mesmo problema, por exemplo, que vamos ter
na Rua Salvador França, que é o prolongamento. Eu coloquei o problema sobre a
Av. Aparício Borges e já estou chegando na Rua Salvador França. Como entramos
na Rua Salvador França, também temos ali uma via desimpedida, sem problemas e
que também tem grandes obstáculos para que se possa fazer ali a III Perimetral.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Sua colocação permite-me complementar. Veja que levantei a questão da Zona
Norte, porque aí reside a minha objeção maior. Quanto à área que V. Exa.
referiu, eu estou de pleno acordo. Na verdade, tem-se que cobrir a área,
recuando os postos. É diferente da D. Pedro e Carlos Gomes.
O SR. LUIZ BRAZ: Gostaria que os Vereadores petistas respondessem ao Ver. Antonio
Hohlfeldt com relação a uma zona que não conheço muito bem e que fica lá na Av.
Carlos Gomes, uma zona mais petista e que, de repente, poderiam os Vereadores
da situação darem respostas melhores com relação, por exemplo, às
desapropriações. Nós perguntávamos aqui, em outro dia, para o Secretário qual o
valor que seria gasto nas desapropriações e os dados que isso envolveria. Eu
sei que esse montante será destinado quase que única e exclusivamente para
aquela faixa da Av. Carlos Gomes e Av. D. Pedro. Se estiver errado, que me
corrija o Líder da bancada petista, que está me obsequiando com sua audiência.
Acredito que a III
Perimetral, cuja viabilidade estamos votando aqui, hoje, através deste
empréstimo do BID, é urgente, pelo menos no trecho que estou discutindo, que é
Aparício Borges e Salvador França. Ali não precisaria de um montante muito
alto. O montante maior será destinado para aquelas regiões com maiores
problemas, inclusive com valorização imobiliária muito elevada, que é o caso da
Carlos Gomes e D. Pedro.
Quero apenas dar uma
resposta ao Ver. Juarez Pinheiro com relação aos encargos das dívidas. V. Exa.
coloca os dados com referência ao Orçamento de 1996. Só que esses
endividamentos vão causar encargos para o Orçamento daqui a três ou quatro anos
porque é com carência. O que temos que saber é se não vamos estar
inviabilizando as administrações que, se Deus quiser, não serão mais petistas,
porque esta Cidade não pode ficar assim, sem soluções, como já anda há tanto
tempo. Queremos que as futuras administrações não sejam inviabilizadas por um
orçamento extremamente inviabilizado por causa de dívidas que estamos
contraindo agora e que começarão a ser pagas daqui a algum tempo, não nesta
administração em que estamos exercendo a vereança e a fiscalização. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra pelo tempo que lhe cede o Ver. João
Nedel.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje faço a minha “estréia no púlpito
2”, dizendo que uma das gratas satisfações que eu tive foi ver o Presidente
desta Casa, Clovis Ilgenfritz, dirigir os trabalhos com uma tranqüilidade
impressionante. Cumprimentos, Sr. Presidente.
Mas eu gostaria de falar
sobre perimetrais.
A colocação do Ver. Antonio
Hohlfeldt é absolutamente correta quanto à necessidade da IV Perimetral. A
Cidade precisa fazer o escoamento do seu transporte pesado por fora; por isso,
nós fizemos o Porto Seco.
A Cidade vem sendo
construída, ao longo do tempo, com o seu Plano Diretor iniciado em 1914, mas
com Loureiro da Silva, em 38, fazendo um plano viário com Gladosh. Aí se
colocaram as perimetrais, especialmente a primeira, que, lamentavelmente, foi
impedida quando a Faculdade de Arquitetura se colocou no caminho e tornou muito
difícil a solução. Se a Faculdade de Arquitetura está num ponto que não deveria
estar, a Faculdade de Medicina impede num outro ponto que poderia ser a
solução.
A II Perimetral está aberta
em toda a sua extensão, alguns trechos já com largura definitiva. A grande obra
viária desta Cidade é, sem dúvida, a III Perimetral, porque vai poder
distribuir o trânsito.
Concordo, agora, plenamente
com o Ver. Luiz Braz. Eu queria ter sido Prefeito, eu queria ter sido
Secretário de Obras, com o dinheiro que sobrou nesta Prefeitura. Eu queria os
10 milhões de 1995 ou os seis milhões de 1996; eu teria feito, com toda a
tranqüilidade, a Aparício Borges, a Salvador França e a Tarso Dutra, sem nenhum
problema maior.
Eu, como Prefeito pobre, o
mais pobre dos prefeitos nos últimos 20 anos, segundo a minha bíblia do PT - lá
estão os dados, não fui eu que levantei, foi o PT que levantou -, fiz o
alargamento da Carlos Gomes, que custou 100 mil dólares. Claro que há inflação
em dólar. Mas eu queria ter esses 16 milhões que o Secretário Arno Hugo
informou ao povo de Porto Alegre, para mostrar como se fazem as coisas.
Quando eu propus ao Prefeito
Tarso Fernando que alargasse a D. Pedro II ao invés do malfadado binário que
queria fazer, ele me informava que custaria um milhão e 900 mil dólares. Muito
dinheiro, mas melhor do que tudo aquilo que se pretende fazer.
A III Perimetral é uma
realidade. Eu, como Prefeito, fiz o seu início, que é Ceará - Pereira Franco -
Edu Chaves - Souza Reis. Isso está pronto. É a III Perimetral que, agora, deve
ser continuada e precisamos dar condições para que isso ocorra.
Eu havia elogiado, do outro
púlpito, o Plano de Desenvolvimento Municipal. Fui informado, Ver. Antonio
Hohlfeldt, de que são 76 milhões e meio de dólares, que, multiplicados por
dois, dão 153 milhões, quando o Projeto de Lei diz que vai ao limite de 77
milhões de dólares o financiamento com o BID. Não troquem as letras, pois já
tive a satisfação de ler nos jornais da Cidade que o DIB havia negado um
empréstimo para que a hidráulica do Menino Deus fosse realizada. Eles disseram
que não era o DIB, e sim o BID. De qualquer forma, a mensagem já é um anexo à
mensagem primeira. Logo, não faz parte do Projeto. V. Exa. tem absoluta razão.
Já que se fez a conta, dever-se-ia mostrar 77 milhões, e não 76 e meio, apesar
de que o Projeto de Lei, no seu art.1º, diz: “até o limite de setenta e sete
milhões de dólares”.
Portanto, todos têm razão. A
Cidade, como diz o Ver. Luiz Braz, precisa da III Perimetral. Por isso, devemos
aprovar os recursos para que ela seja efetivada, ainda que o Ver. Luiz Braz e
eu tenhamos outras soluções para torná-la realidade sem tanto endividamento
para o futuro. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para discutir.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vejo que este é
um momento bastante importante para nós, Vereadores, e para a nossa Cidade
tratarmos de um assunto relativo à III Perimetral.
Porto Alegre, hoje, possui
600 mil veículos para uma população de, aproximadamente, um milhão e 250, um
milhão e 300 mil pessoas, ou seja, cada duas pessoas em Porto Alegre possuem um
automóvel. A cada mês, dois mil e 500 veículos novos são adquiridos em nossa
cidade. Calcula-se que, no início do próximo milênio, Porto Alegre terá 800 mil
veículos trafegando. Podem ter a certeza de que, cada vez mais, o problema
viário vai ser insustentável. Urge que saia a III Perimetral, que terá corredor
de ônibus ao longo de seus 12 Km, com três pistas em cada lado e,
provavelmente, vai dar um novo traçado viário ao Município.
Sem sobra de dúvida e com
toda a tranqüilidade, somos amplamente favoráveis e, por gentileza, espero que
todos os demais Vereadores também o sejam, porque todos nós queremos o melhor
para Porto Alegre. Nós sabemos que, ao longo dos anos, novas vias terão que ser
feitas, novos acessos. Agora, não temos o direito nem o dever de tentar
inviabilizar aquilo que, neste momento, é o melhor para a Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação nominal o PLE nº 38/97, por
solicitação do Ver. João Dib. (Após a chamada.) APROVADO por 28 votos SIM
e 02 votos NÃO.
Em votação a Emenda ao PLE
38/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Afastou-se do Plenário o
Ver. Isaac Ainhorn para cumprir um compromisso religioso. Hoje estamos
comemorando o Ano Novo Judaico, o ano 5.758. A Câmara fez um cartão no seguinte
teor:
“No limiar de mais um Ano
Novo Judaico, a Câmara Municipal de Porto Alegre saúda essa comunidade,
augurando a paz universal e um ano repleto de venturas e prosperidade. Shalom!”
É uma homenagem desta Casa
ao povo judeu e aos colegas, funcionários e Vereadores.
Há necessidade de
discutirmos, ainda hoje, a proposta feita pela UVERGS sobre a questão das
Câmaras de Vereadores se unirem aos prefeitos nas demandas relativas às
questões financeiras dos municípios. Esse assunto já foi tratado ontem, na
reunião das Lideranças e da Mesa com o Prefeito Municipal, que veio à Casa
trazer esse apelo.
Nós queremos, também, fazer
uma homenagem muito especial aos 102 anos do “Correio do Povo”. Estamos
enviando uma mensagem ao Dr. Renato Ribeiro, seus assessores e equipe, pelos
102 anos de jornalismo de um dos mais importantes e tradicionais órgãos de
imprensa que orgulha o nosso Estado.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria
de informar que hoje a Ferramentas Gerais está completando 40 anos de fundação.
O SR. PRESIDENTE: A Presidência terá prazer de enviar uma mensagem homenageando a família
Hertz e todos os funcionários daquele empreendimento vitorioso de nossa Cidade
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2433/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/97, que autoriza o Município de
Porto Alegre a firmar convênio com METROPLAN, ABES/Seção RS e outros
Municípios, com vistas ao gerenciamento integrado dos resíduos sólidos gerados
nos municípios conveniados. Urgência.
Com Emenda nº 01.
Parecer Conjunto
- da
CCJ, CEFOR, CUTHAB E COSMAM.
Relator-Geral Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- discutiram a matéria os Vereadores A.Hohlfeldt, C.Sebenelo, R.Pujol,
R.Guimarães, J.Dib, A.Negroni, G.Almeida, A.Losada, C.Garcia, G.Barbosa,
J.Pinheiro, L.Braz, T.Franco, J.C.Nedel e E.Guimarães;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de registrar a presença do Sr. Álvaro Valls e da Sra.
Jussara Ritter, dois técnicos da Coordenação de Planejamento Ambiental da
Metroplan, que nos dão a honra da sua presença e que vieram a esta Casa para
prestar informações suplementares no sentido de dizer como será o conteúdo do
convênio que faz o Município de Porto Alegre com a Metroplan.
O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): Sr. Presidente, este
Projeto tinha sido adiado por uma Sessão a requerimento do Ver. João Dib,
aprovado pelo Plenário. Tínhamos a expectativa de que neste período viesse a
minuta do convênio a ser celebrado. Pergunto a V. Exa.: temos esse documento
juntado aos autos?
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não recebeu esse documento. O Ver. Gerson Almeida está com a
palavra para esclarecer V. Exa.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, concordamos em adiar a discussão por
uma Sessão e estamos aptos a votar. Hoje conversei com vários Vereadores e
Lideranças. Temos aqui dois técnicos responsáveis pelo Setor de Planejamento
Ambiental da Metroplan. Quero dizer que todos os documentos sobre o tema estão
disponíveis, mas dentro das limitações que os próprios técnicos da Metroplan,
assim como os representantes do DMLU, já nos colocaram. Então, parece-me que
todas informações necessárias estão colocadas aqui. Cabe a nós, a nosso juízo,
concluirmos a discussão e encaminharmos a votação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 35/97. O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria que V. Exas. prestassem atenção,
porque está em jogo a dignidade desta Casa.
Nós, Vereadores, não apenas
de oposição, solicitamos informações para que pudéssemos votar essa matéria que
acreditamos que traga benefícios para Porto Alegre. Por incrível que possa
parecer, Ver. Pedro Américo Leal, quem está aqui hoje para prestar informações
- mas é claro que não conseguiu prestar informações para a Casa - são alguns
técnicos da Metroplan. O Governo Municipal não forneceu qualquer informação que
esta Casa precisava. Inclusive a cópia do convênio que a Prefeitura tem não
está anexada no processo. E eu vou adiantar: eu me nego a votar esse Projeto se
a cópia do convênio não for anexada ao processo. Como é que eu vou votar alguma
coisa que está incompleta, Ver. Pedro Américo Leal?
Eu li, no termo aditivo de
Glorinha, que alguns detritos reciclados de Glorinha serão trazidos para Porto
Alegre. Será que os Vereadores sabem disso? Qual é a quantidade de detritos que
será trazida para Porto Alegre? São detritos recicláveis, mas qual é a quantidade
que será trazida para Porto Alegre? Glorinha está incumbida de transportar
esses detritos até Porto Alegre. Ora, mas nós não sabemos nada disso! Não
sabemos nada! A Prefeitura de Porto Alegre não deu qualquer informação que
pudesse nos esclarecer. O Líder da bancada petista diz que nós temos todas as
informações necessárias. Não! Nós temos aqui um conjunto de informações que são
informações das outras prefeituras que fazem parte do convênio. As outras. A
nossa Prefeitura, que deveria nos informar, que deveria estar enviando os dados
para que os Vereadores pudessem votar conscientemente essa matéria, não está
preocupada. Parece que ela não quer que os Vereadores aprovem ou ela quer
novamente subjugar esta Câmara Municipal e dizer para toda a sociedade que nós,
Vereadores de Porto Alegre, vamos votar sempre aquilo que a Prefeitura quer que
nós votemos. Nós não precisamos de informação. Nós estamos, na verdade,
prestando um desserviço à nossa sociedade. Nós, como representantes, estamos
falhando em nossa missão, porque aqueles que nós representamos esperam que nós
estejamos esclarecidos no momento de votar essas matérias. Não podemos votar um
processo que está vazio! Nós pedimos um dia para adiarmos o processo, uma
Sessão, a fim de que a Prefeitura pudesse se redimir de sua falha e pudesse
colocar no processo as informações que nós pedíamos. E o que veio, Ver. Pedro
Américo Leal? Por exemplo, aquela informação que nós pedíamos sobre quanto a
Prefeitura vai gastar a mais para levar todo o lixo para esse novo ponto -
porque nós vamos aumentar as distâncias - nós não temos. Quanto lixo vem para
Porto Alegre? Agora eu estou vendo no processo, nesse termo de Glorinha, quanto
lixo vem para Porto Alegre. Nós não temos as informações. Dizem assim: “Não,
mas os técnicos da Metroplan estão aqui”. Ora, qual é o Vereador da Casa que
conseguiu obter as informações dos técnicos da Metroplan? Porque não basta que
eles estejam aqui. Eles têm que ter tempo necessário para poder transmitir os
seus conhecimentos aos Vereadores para que lhes sejam tiradas as dúvidas a
respeito desse processo, senão, de que adianta tê-los aqui?
Então, eu acredito que o que
está em jogo, neste momento, é a dignidade desta Casa. Esta Casa ou vai se
submeter, mais uma vez, ao Executivo, como sempre tem feito desde o início dos
tempos em que a Administração Popular tomou conta da Prefeitura, ou ela vai
tomar agora uma outra atitude e começar a defender os interesses da sociedade
que nós representamos. Acho que é isso que temos que fazer, não votando contra,
mas solicitando que as informações sejam trazidas para este processo para que
possamos votar de maneira muito clara e sabedores daquilo que estamos fazendo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE 35/97.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus caros assessores do DMLU e da
Metroplan, eu não estou entendendo algumas coisas nesta Casa. Este Projeto
correu Pauta. Lembro muito bem que vários Vereadores se pronunciaram sobre ele.
Eu falei duas vezes sobre o assunto, comentando que era um projeto de grande
magnitude e interesse para Porto Alegre e para a Região Metropolitana, dizendo
que deveria haver uma integração entre os poderes municipais nesses municípios os
quais o Projeto atinge diretamente.
Meu caro Ver. Luiz Braz, o
que virá de Glorinha não é propriamente um detrito, pois detrito sempre tem a
idéia de sujidade. O que virá de lá é lixo seco para ser reciclado nas
associações de reciclagem que existem em Porto Alegre, associações que V. Exa.
sabe que são fundamentais inclusive para gerar emprego e renda para pessoas de
baixo poder aquisitivo. Tenho certeza de que V. Exa. concorda com esse tipo de
empreendimento que se faz aqui na Capital, ou seja, retornar à natureza aquilo
que seria um desperdício e um transtorno para a própria natureza.
Srs. Vereadores, o Ver. João
Dib já foi Prefeito desta Cidade e sabe que a questão do lixo é um problema
para qualquer cidade moderna. Nós estamos buscando uma solução. Levar o lixo
até o aterro sanitário da Extrema implica um bom percurso a ser percorrido.
Levar o lixo para Gravataí também; o percurso até aumenta alguns quilômetros.
Tem um custo adicional? É claro que tem.
Porto Alegre não foi
planejada, desde os seus primórdios, para ser o que é hoje. Nós estamos, desde
a década de 70, num mundo de profundas transformações da urbanidade. Devemo-nos
adequar a essa situação, fazendo, a partir dela, o melhor readequamento da
Cidade e da Região Metropolitana e fazendo com que haja, a partir de agora, o
melhor planejamento possível, inclusive da colocação do lixo.
Nós estamos, meus caros
Vereadores, meu caro Luiz Braz, fazendo um convênio com a Metroplan, um órgão
do Governo do Estado, com cinco prefeituras de partidos diferentes, com toda a
transparência, com uma discussão tranqüila. Eu não posso entender como agora,
na hora da votação, vêm tantas vozes discordantes. Eu não entendo como, num
momento privilegiado de discussão de Pauta, não tenha aparecido esse debate,
meus caros Vereadores. Eu sugeri que fizéssemos esse debate nas Comissões
Permanentes desta Casa e me parecia que tudo estava mais do que tranqüilo.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ilustre Ver. Adeli Sell, é importante que nós façamos todo o possível
para que as coisas caminhem ligeiro. Uma das críticas que faço aqui é que as
coisas andam morosamente. Pergunto a V. Exa.: esse convênio está sendo feito?
Existe? Onde está? Se existe, pode ser anexado? Dele se pode dar conhecimento
aos Vereadores? Ou ele não existe e ainda está sendo elaborado com todas a
prefeituras interessadas? Essas são coisas elucidativas. Deixemos os
“entretantos” para partir para os “finalmentes”.
O SR. ADELI SELL: Eu concordo. Tudo aquilo que estiver pronto, dos convênios com outras
prefeituras, deve ser anexado. Inclusive o Vereador mencionou o convênio com
Glorinha. Mas nós estamos aprovando uma lei que autoriza o Município a firmar
esse convênio, e o convênio será, portanto, uma decorrência dessa lei. Acho
extremamente importante deixar isso registrado aqui também. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para discutir. Desiste.
A Mesa quer esclarecer que,
quando recebemos o Sr. Prefeito aqui nesta Casa, com várias Lideranças e
membros da Mesa, ele veio esclarecer que, a partir dessa lei aprovada, seria
feito o convênio, e também temos a notícia de que os municípios que participam
do convênio já aprovaram, nas suas respectivas Câmaras, esse encaminhamento.
Apenas porque perguntaram várias vezes a mesma coisa, eu, como Presidente, que
recebi essa informação, estou passando a V. Exas.
O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra pelo tempo que lhe cede o Ver. Fernando Záchia para discutir
o PLE 35/97.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, muitas vezes
acontece que o Presidente da Casa possa ser o último a saber. Lerei aqui, Sr.
Presidente:
“Convênio que entre si
celebram a Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN, o
Município de Porto Alegre, o Município de Gravataí, o Município de
Cachoeirinha, o Município de Glorinha, visando ao gerenciamento dos resíduos
sólidos gerados em seus territórios: coleta, tratamento e destino final.”
O Presidente da Casa é
informado pelo Prefeito que não tem convênio, que o convênio vem depois.
O SR. PRESIDENTE: Não sei se é regimental, mas a Mesa só esclarece que não disse que não
tem convênio; disse que é para autorizar o convênio. O convênio está sendo
elaborado.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: O convênio está aqui, Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Mas ele não está assinado.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu tenho uma cópia dos termos do convênio, convênio
semelhante em todas as demais Prefeituras. O que quero gizar é que nem minuta
de convênio nós recebemos. Quem está trazendo a minuta de convênio é a
Metroplan. Eu quero chamar a atenção disso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
porque há pouco tempo o Ver. Gerson fez uma intervenção sobre a Metroplan. Não
vou nem discutir quem chamou os companheiros da Metroplan, porque o que nos
interessa são os dados que ela traz em lugar da Prefeitura Municipal.
Mas, na segunda-feira à
tarde, eu recebi um telefonema dos técnicos da Metroplan, preocupados com essa
discussão, e me perguntaram quais os dados de que nós precisávamos. Eu listei,
Ver. Braz, exatamente aqueles dados que discutimos aqui. Eles disseram que
estariam aqui na quarta-feira para trazer os dados. Ninguém disse que vai ser
feito. Vai ser pensado, vai ser discutido. Realmente, estiveram aqui e
distribuíram o material. Qual a dificuldade que a Prefeitura de Porto Alegre
encontra em nos trazer os dados?
Eu recebo, e não sei se os
outros receberam, aqui, em papel timbrado da Prefeitura, dirigido ao Diretor
Geral, que eu imagino seja do DMLU - o papel timbrado é do DMLU - , e um
conjunto de outros dados que não sei se é do conhecimento dos Srs. Vereadores.
O investimento é de 160 mil reais por conta da Prefeitura Municipal, ou seja, o
investimento total é da Prefeitura Municipal. Isso se justificaria,
eventualmente, porque a Prefeitura Municipal precisa fazer uma obra desse tipo
e não tem como fazê-la nos limites geográficos de Porto Alegre; vai fazer fora.
Na verdade, o investimento é de Porto Alegre e disso não temos clareza. Não sabemos
quantos outros entram. Não sabemos qual é o valor, mas ninguém, pelo que eu
saiba, levantou o valor. Aqui está 160 mil reais.
Está aqui uma das questões,
Ver. Braz, que V. Exa. levantou - vida útil - e diz que, como o projeto do
Executivo ainda não está concluído, não se pode definir a vida útil do aterro,
mas está escrito, agora, claramente. Vejam: enquanto a situação e a
administração pública do Município dizem que não há como trazer documentos, mas
fica tudo no discurso, a Metroplan providenciou um estudo prévio em nível de
considerações. E providenciou - pasmem os Senhores - não só o convênio, como
também o primeiro termo aditivo, o segundo termo aditivo, o terceiro termo
aditivo. Ou seja: não é que não existam os documentos; é que não se quer trazer
os documentos para a Casa. A minha pergunta é: por quê? Por que se teima em não
fornecer os documentos à Casa? E quero chamar a atenção dos Srs. Vereadores:
nós precisamos, sim, encaminhar as questões relativas ao lixo da Cidade. Mas
vejam: se Porto Alegre precisa resolver, eu ouvi dizer que, na verdade, muito
mais do que Porto Alegre, o problema mais premente é o de Esteio. Na verdade,
Porto Alegre, através da aprovação eventual deste Projeto por esta Casa, estará
ajudando o Município de Esteio, embora também esteja se ajudando. Nada contra.
Mas eu gostaria de deixar bem gizado isso aqui. O encaminhamento, na verdade,
muito provavelmente correto, de trabalhar com a Região Metropolitana não é só
para a nossa Cidade. E tem um valor claro que até agora ninguém tinha trazido
ao conhecimento dos Vereadores: são 160 mil reais.
Eu quero deixar com o Ver.
Fernando Záchia os documentos que os companheiros da Metroplan nos forneceram.
Infelizmente, têm que vir pelo órgão geral da Metroplan. Não nos chegaram através
do Governo Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Pedro
Américo Leal, para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o número de inscrições para discutir
esta matéria mostra a sua relevância para a Cidade de Porto Alegre e para a
área metropolitana. Agora, eu volto a dizer o que disse na reunião de
segunda-feira: não temos condições de votar esta matéria.
Eu fiz uma consulta à Diretoria
Administrativa para ver se poderia ser feito o adiamento por mais uma Sessão:
não, não posso. Eu consultei para ver se poderia pedir a retirada da urgência e
pedir um adiamento por duas Sessões: também não posso. Mas o Vereador Líder do
PT foi quem pediu a urgência e, se ele desejar, pode fazer o pedido da retirada
da urgência e, fazendo isso, possibilitar que o processo seja instruído,
porque, do contrário, sou obrigado a concordar que é um desrespeito a esta
Casa.
Tenho o mais profundo
respeito pela Dra. Laís Salenge, da Metroplan. Tenho respeito profundo por
aquelas pessoas que fazem parte da equipe que analisa este Projeto, mas tenho
muito respeito por mim mesmo e pelos outros 32 Vereadores e, conseqüentemente,
pela Casa do Povo de Porto Alegre, e este Projeto não pode ser votado desta
forma. Eu disse, na outra vez, que era bom lembrar o motor que explodiu por aí.
Eu disse que era bom pensar na balança que, na auditoria do Dr. Tarso Genro,
mostrava um prejuízo de um milhão de dólares para o Município de Porto Alegre,
tudo dentro do problema “lixo”, e mais algumas coisas levantadas nesta Casa
para que se pudesse ter razões de pensar que este Projeto tem que ser
informado. A única informação que nos chega, e não chega oficialmente, é que as
obras custariam, para a Prefeitura, 160 mil reais, mas que também teriam que
ser realizadas se aqui se fizesse o aterro sanitário. Nada disso nos comove,
nada disso nos informa com segurança. E nós temos a responsabilidade de bem
representar o povo de Porto Alegre. Não vamos fazer outra balança, não vamos
comprar outro incinerador de lixo que não se instala e se paga, não vamos
explodir nenhum motor. Ou nos informam ou nós votaremos contrariamente, é
claro, na oposição, ou até, como recurso de Plenário, nós retiraremos o quórum,
vamos embora, e, aí, o PT vota sozinho. Eu tenho a impressão de que é muito
sério, mas muito sério mesmo o fato de não ter sido dado conhecimento à Casa,
com dados precisos, com informações seguras, do que está se pretendendo votar.
Digo, de novo, o que disse
na segunda-feira. O Governador do Estado encaminhou o Projeto de Lei. A
Assembléia tinha todas as condições de examiná-lo. O Dr. Flávio Koutzii, no dia
23 de dezembro, leu todos os detalhes, que estão nos Anais da Casa do Povo do
Rio Grande do Sul, e depois entrou na Justiça contra o Governador do Estado,
foi ao Tribunal de Contas e constatou-se que estava tudo certo por parte do
Governador. Agora, aqui não tem nenhuma informação. Eu não sei se vale a pena
trazer o lixo de Belém Novo para Gravataí: 50 km, da Restinga para Gravataí! Eu
não sei nada! Não me informaram nada!
Por isso, estou pedindo:
retirem a urgência, peçam quatro Sessões, que é o que podem pedir para que esse
Projeto possa ser perfeitamente instruído e até, se for o caso, para que se
faça uma reunião com a Metroplan e com quem mais queira nos informar. Agora,
não há informação no processo. Não há condições de votar, sob pena e risco de
estarmos patrocinando explosões de motores por aí afora, e eu não vou deixar
explodir. Temos essa responsabilidade. O Vereador Líder do PT, que foi quem
pediu a urgência, pode retirá-la e pedir mais quatro Sessões e a Casa ser
perfeitamente informada. E nós continuaremos a Sessão normalmente, com todas as
coisas que precisam ser feitas. Saúde e paz, consciência e raciocínio. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário cede seu tempo ao Ver. Guilherme Barbosa, que
está com a palavra para discutir.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de fato, o número
de Vereadores a falar mostra a importância deste Projeto - já havia duas vezes
dito isso da tribuna - porque ele inaugura um procedimento fundamental e que eu
ouso dizer que irá ser prática nas regiões metropolitanas, não só de Porto Alegre,
mas de todo o Brasil: os consórcios entre prefeituras para solucionar problemas
que são conjuntos entre elas, não só a questão do lixo, mas a questão do
transporte - a própria presença do Presidente do Trensurb é uma demonstração
disso, pois, através de uma empresa federal, há uma relação entre várias
prefeituras -, da circulação das pessoas, a questão da habitação, o
gerenciamento das águas do rio Gravataí, que tem um comitê, no qual tenho a
honra de representar esta Casa, e assim por diante. Esse será um procedimento
do qual não se poderá escapar, inclusive. É uma questão de sobrevivência das
regiões metropolitanas. Portanto, daqui para frente, nós discutiremos, cada vez
mais, processos como esse. E que venham mais, porque, com certeza, poderemos alcançar
soluções para os graves problemas das várias cidades desses conglomerados
urbanos.
O Projeto de Lei já traz no
art. 4º, parágrafo único, a relação de obras que a Prefeitura de Porto Alegre
irá executar: instalação da balança eletrônica, construção de prédios
administrativos e operacionais, reservatório de água, sistema de drenagem para
líquidos e gases, construção de acessos internos, impermeabilização, postos de
monitoramento, sistema de tratamento de chorume e aí por diante.
A Prefeitura de Porto
Alegre, de forma elogiável, através do DMLU, mal começou a utilizar o novo
aterro sanitário tecnicamente realizado no Lami, com autorização completa da
Fepam, e já começa a discutir a construção de um novo aterro sanitário. Como
não temos mais área determinada para isso, tecnicamente indicada para isso, é
preciso sair do nosso Município, Ver. Sebenelo. Esse estudo foi realizado pela
UFRGS, e a Metroplan está trabalhando conjuntamente com a Prefeitura de Porto
Alegre. A Metroplan é dirigida, neste momento, pelo PMDB, PSDB, PFL, PPB e PDT.
Não tem nenhuma relação com o PT na Prefeitura de Porto Alegre. É um trabalho
em conjunto. Isso só já bastaria para dizer da seriedade do Projeto de Lei, mas
ainda outras quatro prefeituras, que tem uma, sim, que é do nosso partido, mas
outras três não são... Foi dito aqui, através de um documento da Metroplan, que
a Prefeitura vai gastar 160 mil reais na segunda-feira. Eu disse que esse
aterro seria muito barato para a Prefeitura de Porto Alegre, pois, no Lami, nós
chegamos a gastar quase um milhão de reais por um aterro que vai demorar cinco
anos. Na vida de uma cidade, isso não é nada. Se gastarmos 160 mil em Gravataí,
será um investimento quase de graça, e vamos poder recuperar o “lixão”,
transformar num aterro sanitário e levar um período maior do que o lixo do
Lami.
Além desse fato, que já
seria importante, vai tratar o lixo de Gravataí, o lixo de Esteio, que não tem
onde tratar, o de Glorinha e o de Cachoeirinha. Os dados são eloqüentes. O
convênio está sendo estruturado em conjunto com as outras prefeituras e mais a
Metroplan. Se esta Casa disser “sim” a este Projeto, estará dizendo “sim” à
Cidade de Porto Alegre e a toda a Região Metropolitana. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está inscrito o Ver. Décio Schauren, que cede seu tempo ao Ver. Carlos
Garcia.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou com os
documentos que o Ver. Luiz Fernando Záchia cedeu, verificando o custo da obra
em 160 mil reais.
Tive a oportunidade de, há
poucos minutos, conversar novamente com o Prefeito Van der Lan, de Esteio. Na
segunda-feira, nós já tínhamos ocupado esta tribuna para fazer a nossa
manifestação em apoio e solidariedade a esse Projeto. O Ver. Guilherme Barbosa
foi muito feliz quando coloca que é suprapartidário, se tentarmos dar uma visão
de partido, porque há o nosso partido, o PSB, em Esteio; o PT, em Porto Alegre
e Gravataí; em Cachoeirinha, o PDT; em Glorinha, o PTB, sem contar que o
Presidente da Metroplan é do PMDB e da região de Porto Alegre é do PTB. Se a
questão for analisada sob o ângulo dos partidos, nós vamos ver que é
suprapartidária. Além disso, nós obtemos alguma observação do Secretário Darci
Campani, do Departamento de Limpeza Urbana, que nos informou que, em Porto Alegre,
para a construção do Lami, foi gasto, aproximadamente, um milhão de reais.
Nessa obra, a proposição é de 160 mil. Para termos uma idéia, se a partir de
primeiro de janeiro o Município ainda continuar colocando lixo no aterro da
Zona Norte, vai pagar uma multa de 60 mil reais por mês.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. tem
algumas informações. Por que elas não estão no processo? Por que um processo
tão sucinto para uma matéria tão importante? Por isso pedi que adiassem por
duas Sessões, para que informassem e instrumentalizassem o processo para que
possamos votar favoravelmente. Não dá para votar dessa forma. Não sabemos nem o
que estamos votando.
O SR. CARLOS GARCIA: Eu concordo em termos, mas, ao mesmo tempo, quero
fazer este encaminhamento para dizer que vamos votar favoravelmente, porque é
uma situação gravíssima e por um custo baratíssimo de 160 mil reais. Para quem
gastou um milhão... E o espaço, a vida útil lá é bem maior do que a de Porto
Alegre. Daqui a cinco anos, teremos o mesmo problema. Essas discussões têm de
ser feitas. Por exemplo, hoje, Esteio, Município do PSB, gasta,
aproximadamente, 10% da sua arrecadação para resolver o problema do lixo e está
lá dando patrola e caminhão para o Município de Gravataí em uma contrapartida.
O próprio Prefeito nos informou que, depois de pronta essa obra, depois de
pronta, a tendência do custo da tonelada a ser depositada lá pelos demais
municípios será de aproximadamente oito reais. Acho que todas essas questões
estão sendo levantadas. Quem não está plenamente esclarecido deve buscar o que
necessita em termos de informação. Para mim já está claro. Somos totalmente
favoráveis ao presente Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Este Vereador cede o seu tempo para o Ver. Gerson Almeida.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não vou esgrimir
mais argumentos com relação à sua importância, porque nenhum Vereador aqui
questionou sobre a importância deste consórcio. Quanto à ausência de maiores
dados para instruir o processo, devo dizer que, eventualmente, nós podemos
estabelecer mais dados sobre a questão do volume dos resíduos sólidos em cada
município, o volume de reciclagem prevista nos municípios que, inclusive, vão introduzir
essa situação.
O Ver. Luiz Braz levantou
uma dúvida sobre a questão do convênio com a Glorinha. Esse processo é o
original e ele tem toda uma série de dificuldades que estamos vencendo,
inclusive, hoje. Nunca foi feito algo desse porte e, portanto, esta novidade
não deve servir para que nós inviabilizemos esse processo, mas essas
debilidades devem servir para que possamos criar experiências para que novas
questões de gerenciamento integrado na Região Metropolitana possam vir a ser
feitas, porque os municípios ganham em ação articulada, independente de partido
político, ganham em otimização, qualidade e eficiência. Para citar um exemplo,
Glorinha vai introduzir, a partir desse convênio, a coleta seletiva. Porto
Alegre tem galpões de coleta.
Portanto, estamos colocando
à disposição para receber nas cooperativas e nos galpões de reciclagem aqueles
resíduos seletivos feitos às expensas de Glorinha, porque, nesse meio tempo,
junto com isso, Porto Alegre, que tem uma experiência importante nessa questão de
coleta seletiva, vai dar toda a assessoria técnica junto com a Metroplan, junto
com os demais órgãos, para que nós possamos viabilizar toda a situação em
Glorinha. Ou seja: é uma coisa boa para Glorinha, é boa para Porto Alegre, é
boa para Gravataí, é boa para Cachoeirinha, é boa para Esteio. Esteio, por
exemplo, o Ver. Carlos Garcia já colocou, tem um dos problemas mais sérios da
Região Metropolitana em relação a resíduos sólidos. Estive em Esteio,
recentemente, conversando com o Prefeito no dia em que ele estava interditando
um dos maiores lixões clandestinos existente. Gravataí nós conhecemos também.
Eu solicito, Sr. Presidente,
que sejam anexados ao processo todos esses documentos que foram arrolados. São
minutas. Peço, também, Sr. Presidente, um compromisso público a todas as
bancadas que estão preocupadas com as informações, legitimamente preocupadas
com as informações, e querem exercer o papel de controle sobre as ações do
Executivo. Correto. Comprometo-me, na condição de Líder da bancada governista,
a distribuir a todos os Vereadores cada documento assinado, cada minuta feita
através de convênio. Não há nenhum problema. Por favor, vamos assegurar que uma
coisa criativa, original, necessária e articulada seja feita, porque as nossas
cidades estão precisando de uma ação integrada.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu
gostaria que V. Exa. esclarecesse quais as razões da bancada de V. Exa. para
não aceitar que nas duas Sessões fosse permitida a instrumentalização do
Projeto de Lei. Nós não estamos contra, mas estamos contra a falta de
informação, e V. Exa., que dirige uma bancada de 13 Vereadores, tem que
entender que nós precisamos de mais informações. Não adianta colocar agora, na
hora de votar, apenas que custa 160 mil reais. Peço a V. Exa., apelo a V. Exa.,
ao bom senso de V. Exa., que retire a urgência, peça o adiamento por duas
Sessões. Instrumentalizem o processo e nós votaremos segunda-feira.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer que,
atendendo à solicitação de S. Exa., nós adiamos por uma Sessão. Era sua a
solicitação de adiar por uma Sessão. Fizemos isso. Nesse interregno de tempo,
nos preocupamos em buscar, inclusive, um órgão que não tem vinculação direta
com o Município, que é a Metroplan, para buscar dar as informações. Parece-me
que atendemos à sua solicitação de adiar por uma Sessão. Caso contrário,
poderemos ficar adiando sessão por sessão e, eventualmente, poderemos criar uma
dificuldade para iniciar neste ano, ainda, esse Projeto que é pluripartidário,
é supramunicipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Peço ao Ver. Gerson Almeida que assine requerimento junto à Mesa,
juntando os documentos que se propôs, para que a Mesa possa deferir e para a
juntada no processo.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Já que estamos na discussão de uma matéria
tão importante e houve um adiamento, eu gostaria que a Diretoria Legislativa
informasse se foi acrescido algum documento ao projeto ora em discussão.
O SR. PRESIDENTE: Não.
O SR. JOÃO DIB: Então, não adiantou o adiamento.
O SR. PRESIDENTE: Suspendemos os trabalhos por alguns minutos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h53min.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz - às 18h03min): Estão reabertos os
trabalhos.
Encerrada a discussão. Em
votação nominal o PLE nº 35/97. (Após a chamada.) Dezesseis votos SIM. Com este Vereador, há quórum. APROVADO.
Em votação a Emenda nº 01,
de autoria do Ver. João Dib. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA contra o voto do
Ver. Elói Guimarães.
O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de requerer a esta
Presidência que entrássemos na votação dos Requerimentos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Adeli Sell, para que sejam votados
imediatamente os Requerimentos, deixando-se os demais projetos para após a
votação dos Requerimentos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a prorrogação da
Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, estou
entregando por escrito à Mesa Diretora o meu Requerimento para que tomemos
imediatamente, através dessa Presidência, uma ação junto à Polícia Federal para
abertura de inquérito quanto à documentação que tem chegado aos gabinetes dos
Vereadores com manifestações de caráter racista e de caráter nazista.
Faço este Requerimento
verbalmente, neste momento, porque na CEDECONDH estamos recolhendo esse
material, mas quero transmitir a V. Exa. que o gabinete da Vera. Tereza Franco,
na tarde de hoje, foi alvo de dois telefonemas bastante sérios, bastante
ameaçadores à pessoa da Vera. Tereza Franco. Da mesma forma, esta Vereadora
recebeu uma correspondência de cunho mais duro e ameaçador no dia de hoje.
Portanto, estou entregando à Presidência um requerimento para que seja oficiado
à Polícia Federal para que, imediatamente, se estabeleça inquérito. Faço-o publicamente,
porque quero que as pessoas que estão agindo dessa forma saibam que não
aceitaremos medidas de provocação e coercitivas de nosso trabalho, como está
ocorrendo.
Há ainda outras questões
relativas à segurança. Faço requerimento por escrito - não me permito fazer
oralmente - no sentido de que possam ser tomadas as providências de cunho
sigiloso, se V. Exa. assim determinar.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe seu Requerimento e pede que V. Exa. o registre por
escrito, uma vez que há outros requerimentos para serem votados e haverá tempo.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Esclarecimento): Questiono se a Vera. Maria
do Rosário pode informar o conteúdo das denúncias do que está sendo sigiloso.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, essa matéria já veio a Plenário. Sugerimos que se vote um
requerimento. Enquanto isso, haverá possibilidade de entendimento e de
esclarecimentos mútuos. Logo a seguir, encaminharemos o Requerimento da Vera.
Maria do Rosário devido a sua urgência, pois é fundamental que esta Casa tome
uma atitude.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Requerimento 246/97, de autoria do Ver. Clovis
Ilgenfritz, que requer uma Moção de Apoio ao Movimento de Paralisação dos
Vereadores, promovido pela UVERGS, dia 03 de outubro de 1997, contra as perdas
do Fundo de Estabilização Fiscal, FEF, e pela modificação da Lei Kandir.
Em votação. O Ver. Luiz Braz
está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando estava adentrando neste
Plenário, ouvi de um Vereador que o movimento deveria ser contrário ao
autoritarismo que nós temos na Prefeitura de Porto Alegre. Se essa Moção fosse
contra esse autoritarismo, eu não teria dúvida nenhuma em votar favoravelmente.
Mas, infelizmente, parece que essa Moção contrária às atitudes, Sr. Presidente,
esta conscientização dos Srs. Vereadores com relação ao autoritarismo que vem
da Prefeitura Municipal parece que está custando a se dar ou parece que alguns
Vereadores não têm idéia do que significa partidos políticos ou dignidade
política. Isso faz com que nós tenhamos realmente, muitas vezes, problemas de
consciência em permanecer na função que nós temos, na Liderança de uma bancada.
Sou absolutamente contrário
a que nós estejamos, em primeiro lugar, como Vereadores de Porto Alegre,
paralisando as nossas funções. Nós podemos, de várias formas, mostrar a nossa
contrariedade - e já demonstramos aqui muitas vezes - contra as ações deste ou
daquele governo, a tudo aquilo que possa vir a prejudicar o nosso Município.
Mas eu discordo que entre essas ações esteja esse movimento de paralisação.
Ora, nós somos representantes da sociedade de Porto Alegre. Nós podemos, na
verdade, como seus representantes, estar aqui usando esta tribuna, porque é
para isso que fomos eleitos, para utilizarmos o nosso direito de voto, exatamente
para podermos pregar contra aquilo que nós achamos que venha a prejudicar Porto
Alegre. Mas paralisar as nossas ações! Acredito que esta não é uma das funções
do Vereador que está aqui para trabalhar, para falar, dizer das suas idéias,
não para parar.
Sou contrário à paralisação.
Sou contrário a esse movimento. Por isso, só poderia me manifestar
contrariamente a esta Moção de Apoio que, no meu entendimento, de uma forma
errada, é colocada para que esta Casa possa votar, e tendo como autor o
Presidente da Casa, que respeito muito, que acredito que é um homem
trabalhador, tem acertado na condução da Casa, a quem tenho elogiado várias
vezes, mas não posso concordar com a sua proposta de Moção de Apoio para que
esta Casa venha a parar. Com qual justificativa vamos parar? Por que vamos
parar? Há tantas coisas que acontecem aqui nesta Casa que poderiam até
justificar ações mais ou menos parecidas! Não iguais a esta; de paralisação
jamais! Podemos manifestar o nosso repúdio, a nossa discordância com relação à
Lei Kandir. Podemos, na verdade, nos unir com relação às intenções e àquilo
que, realmente, a Lei Kandir está causando ao nosso Município. Agora,
paralisação eu acredito que apenas vamos atrair para cima desta Câmara a
antipatia da população.
Eu penso que esta realmente
não seja a função do Vereador. Se a Casa parar, este Vereador estará aqui na
frente. Eu não irei parar. Se a Casa resolver pela paralisação, este Vereador
virá aqui para cumprir com as suas funções. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lastimo que o Ver. Clovis Ilgenfritz
não esteja presidindo os trabalhos. Eu sei que ele está no Plenário. Eu estou
estarrecido! A cada dia, nesta Câmara, parece-me que desaprendo. Nesta Câmara,
eu vejo votar projeto de lei sem informação nenhuma. Isso eu ainda aceito. Mas
tirar a palavra do Vereador - isso é impossível! Tudo o que nós temos como
políticos é a palavra. Eu não posso admitir que Vereadores deste Estado
proponham uma paralisação. Eu admitiria e entenderia e aprovaria e aplaudiria
se os Vereadores fizessem uma sessão especial para debater aquilo que aflige os
prefeitos deste Estado e os do restante do País também.
Devo dizer que a Prefeitura
de Porto Alegre não está abalada com a Lei Kandir. Devo dizer que a Lei Kandir
tem que ser discutida, sim, porque ninguém compra impostos no mundo, e o Brasil
exportava impostos. Por isso não conseguia exportar. Agora consegue exportar. Mais
exportação, mais empregos; mais empregos, mais consumo; mais consumo, mais
ICMS. Mas emprego gera emprego, e desemprego gera desemprego. Eu não vou
entender nunca que alguém proponha que o Ver. João Dib não use o seu púlpito,
como disse o Presidente desta Casa, para dizer à Cidade, ao Estado e ao País
que há erros que precisam ser consertados, mas não há de ser fazendo uma
paralisação. Parece que eu estou sonhando, que isso não é verdade, que não me
propuseram tal coisa. O político não usar da palavra: foi isso que propuseram.
E toda arma que o político tem é a sua própria palavra, é a sua experiência, é
o seu trabalho, é a sua vontade de acertar! E aí me propõem que eu não fale.
Propõem-me que me silencie, propõem-me que eu seja omisso. Essa proposição parece
aquela que tínhamos, Ver. Luiz Braz, quando estávamos nos bancos escolares e
não gostávamos do professor; então nós não íamos à aula. Mas isso não existe!
Político fazendo greve... Pode fazer um minuto de silêncio, pode fazer dez
minutos de silêncio no Plenário, para repudiar esse ou aquele ato violento,
essa ou aquela medida incorreta. Eu poderia fazer uma proposição, na
segunda-feira, de um minuto de silêncio pela violência da votação de um projeto
sem informação. Isso seria correto! Seria uma forma de reagir a um fato errado.
Porque existe o FEF, a Lei Kandir e outros fatos mais que alguns até não
entendem bem. A Prefeitura de Porto Alegre, que é a que nos diz respeito, na
arrecadação do ICM está acima daquilo que estava previsto no Orçamento. Em oito
meses arrecadou mais de 70% da previsão orçamentária, e é claro que em
setembro, outubro, novembro e dezembro há crescimento de ICM. O mês de outubro
tem a Semana da Criança e vende-se uma enormidade no comércio, que faz crescer
o ICM. Será que não irão arrecadar 30% do que estava previsto no Orçamento?
Claro que vão. Vão até superar a previsão orçamentária.
Não posso entender e não
posso ficar sem expressar, neste púlpito, a minha mágoa imensa, a minha
tristeza de ver o Presidente da Casa do Povo de Porto Alegre dizendo aos
representantes do povo que devem silenciar a sua voz. O Brasil tem que ouvir a
voz da Câmara Municipal de Porto Alegre e das câmaras municipais de todo o
País, e não o silêncio. Silêncio é omissão, e nós não somos omissos, tenho absoluta
certeza disso.
Encerro, Sr. Presidente,
pedindo bom senso, mas, mesmo assim, desejando saúde e paz a todos. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para encaminhar como
autor.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria dizer
aos guardiães da democracia que nada mais democrático do que exercer o direito
que nós recebemos do povo de fazer a pressão que precisamos fazer nas políticas
que foram implementadas pela Lei Kandir e por outras legislações que estão
asfixiando as finanças do Município. Nada mais. Eu entendi, e por isso assinei
o Requerimento - acho que não precisaria eu ter assinado -, como Vereador, eu
me senti no direito, não como Presidente da Casa. Por que usar esse termo: “o
Presidente está fazendo...”?
Ora, Ver. Luiz Braz, Ver.
João Dib, eu acho que o trabalho de V. Exas. apoiando 500 prefeitos do Rio
Grande do Sul e 500 câmaras, com exceção da nossa, quem sabe... São 497;
poderão ser 496 Câmaras apoiando o movimento da UVERGS. A Câmara de Porto
Alegre, a mais importante do Estado, a mais significativa, a mais
representativa, que tem uma tradição respeitadíssima, não pode confundir uma
proposta que está sendo feita, com alto nível, por todos os partidos de toda as
prefeituras, por todas as câmaras de todos os partidos. Por que só nós ficarmos
nessa posição de retranca, de “o trabalho nosso é aqui”? Assumindo uma Moção de
Solidariedade à proposta da UVERGS, que é uma entidade representativa dos Vereadores,
cada Vereador vai fazer o que achar melhor. O que eu estou pedindo nesta Moção,
Ver. João Dib, não é para V. Exa. fazer greve. Em outras palavras, estou
pedindo para V. Exa. apoiar a Moção de Apoio ao movimento de paralisação das
câmaras. Se V. Exa. quiser paralisar, paralisa; não vem, não faz, não participa
aqui; vai participar no ato público. Vai haver um ato público. Vai haver um ato
público, convocado por todos os prefeitos, por todas as Câmaras de Vereadores,
tirado em um congresso estadual, há poucos dias, pela Associação de
Prefeituras, a FAMURGS, e pela UVERGS, a Associação de Vereadores.
Então, eu peço vênia para
que não misturem as coisas e que não digam para a imprensa, que faz questão de
publicar as coisas de modo enviesado, que eu propus greve da Câmara. Eu
proponho apoio à proposta da UVERGS, e a proposta da UVERGS é que se faça
paralisação. Quem quiser, que faça! Agora, depois não venham dizer que estão
apoiando os prefeitos, porque a Lei Kandir está tirando, porque o FEF, porque
isso e porque aquilo. Todo o mundo vai para a imprensa dizer que é uma
barbaridade, que não-sei-o-quê, e na hora de ter uma ação prática, objetiva,
serena, tranqüila, com autoridade, ficamos tergiversando.
Então, eu proponho que se
apóie a proposta da UVERGS. Eu estarei aqui, na sexta-feira, para abrir a
Sessão, mas eu não posso me comprometer com os Srs. Vereadores de permanecer
aqui. Eu posso dizer: “olha, vou seguir, como Vereador, a proposta da UVERGS”,
e V. Exas. usem isso como bem entenderem. Eu não vou abrir mão do meu direito
de fazer protesto, que eu acho mais do que justo e que é suprapartidário. Eu
estou dizendo para a imprensa, se alguém dela estiver aqui: é suprapartidário!
E é da FAMURGS e da UVERGS. O que mais que nós queremos?
De minha parte, era isso!
Quero dizer que esta Moção não é assinada apenas por mim. Ela é assinada pelo
Líder do PT, Ver. Gerson Almeida, pelo Líder do PDT, Ver. Nereu D'Ávila, pelo
Líder do PPS, Ver. Lauro Hagemann, pelo Ver. Paulo Brum, 1º Secretário desta
Casa, e pelo Líder do PSB, Ver. Carlos Garcia. São vários partidos. A nossa
sugestão é esta: votemos esta Moção e, na sexta-feira, se quiserem, podemos
abrir a Sessão e paralisar ou abrir a Sessão e ficar com dois ou três
Vereadores aqui, como já aconteceu em outras oportunidades. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de saber da Mesa
como é que vão ficar os vencimentos dos Srs. Vereadores em relação a este dia
de paralisação.
O SR. PRESIDENTE: Vamos fazer a chamada na Ordem do Dia e, se não estiverem presentes,
com certeza, terão falta. Já vamos responder a sua pergunta, Ver. Luiz Braz.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há muito tempo
tenho estado aqui nesta Casa Legislativa e tenho comigo que um dos seus maiores
apanágios divulgados amplamente é que aqui, em toda uma legislatura, nenhuma
Sessão deixou de se instalar por falta de quórum. Todas se instalam em seu
horário regulamentar.
Honestamente, compreendo a
proposta da União dos Vereadores do Estado do Rio Grande do Sul, entidade que
eu presidi por duas vezes e que se encontra tomada neste movimento que toma
conta de vários municípios no sentido de protestarem contra os efeitos da Lei
Kandir e contra a eventual aprovação do FEF. Não vou discutir a Lei Kandir e
nem o FEF nesta hora, porque não comporta. Vou discutir a estratégia que se
quer eleger no sentido de se integrar ou não os Vereadores da Casa, e não a
Casa como instituição, na proposta da União dos Vereadores do Estado do Rio
Grande do Sul.
Eu não posso entender
diferente senão que na sexta-feira vindoura, no horário regimental, nós
estejamos aqui para instalar os trabalhos da Casa e que, depois, aqueles que
entenderem de fazer protesto, aqueles que entenderem de acompanhar a caminhada
da UVERGS que o façam, e os que não entenderem que não o façam. Oficialmente
manifestarmo-nos pela paralisação não é a melhor proposta. É inconcebível que
nos determinemos a não funcionar como uma forma de protestar, quando a grande
forma de protestar que devemos ter é funcionando e na plenitude das nossas
prerrogativas parlamentares. Não me furto de discutir a Lei Kandir nem o FEF.
Não me incluo entre aqueles que colocam como explicação das dificuldades
administrativas esses fatos. A história está muito mal contada nesse
particular. Se quiserem discutir sexta-feira esse assunto, fico a manhã
inteira. Mas não posso, até em homenagem a esta Casa, dizer que vou apoiar esse
movimento paredista, porque não adianta explicar que movimento paredista não
termina em greve e que, em última análise, estejamos decidindo por uma greve
dos Vereadores, que é um fato inédito na história desta Casa. Eu não quero
patrocinar esse fato. Pouco importa a decisão da maioria – certamente, será de
apoiar essa proposta. Só tenho um grande problema: eu não poderia estar na
sexta-feira na primeira hora pois tenho médico marcado, mas vou estar porque
não quero que se inclua na biografia deste Vereador, que está na quarta
legislatura, que um dia ele, deliberadamente, fez greve, fugiu dos compromissos
do seu mandato, que não é dele, mas sim de quem o conduziu. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaria de esclarecer a Questão de Ordem do Ver. Luiz Braz. Na
sexta-feira, faremos a primeira chamada às 9 horas. Se não houver quórum,
faremos a chamada às 9h15min e, aí sim, será contada a presença dos Vereadores
que estiverem presentes às 9hl5min; os outros sofrerão a penalidade, que é a
falta.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Essa informação de V. Exa. não está correta,
infelizmente, porque a presença é válida no início para efeito de quórum. Este
Vereador fez a pergunta a respeito da presença para efeito de recebimento, e
isso só se dá exatamente com a presença na Ordem do Dia. Na verdade, a resposta
de V. Exa. é incompleta, porque fala com referência ao quórum para iniciarmos
os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: A nobre Diretora Legislativa informa que já é norma na Casa que, quando
não há quórum para a Ordem do Dia, fica valendo a primeira chamada que, no
caso, foi efetivada durante o período da Sessão.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Eu não quero, de forma alguma, dialogar com
os representantes da Mesa e nem duvidar da competência da nossa Diretora
Legislativa, mas ocorre que a Diretora Legislativa só pode dar informações com
referência ao que existe na legislação, nos termos legais, e nestes eu acredito
que ela não poderia mostrar um artigo que pudesse abrigar essa informação que
V. Exa. passa ao Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Ela me informa que na época em que V. Exa. era Presidente também era
utilizado esse critério.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Essa é uma questão de menos
importância. Mas o entendimento que tem este Vereador é de que a avaliação para
o questionamento do Ver. Luiz Braz é dada no momento da Sessão chamado Ordem do
Dia. Se não existe quórum, não se instala esse momento da Sessão; por
conseqüência, não é cortado o vencimento de nenhum parlamentar. Essa é a melhor
interpretação que se deve extrair do Regimento de nossa Casa.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): O Ver. Juarez Pinheiro deve ler o Regimento.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar o
Requerimento 246/97.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, qual não é a minha
surpresa ao verificar que, por trás de uma Moção de Solidariedade à UVERGS e a
sua iniciativa de paralisar, ao invés de se fazer um repúdio à Lei Kandir, o
Presidente desta Casa provoca e incita os Vereadores a não comparecerem à
Sessão de sexta-feira!
Tenho o orgulho de não ter
faltado nenhum dia a esta Câmara desde que assumi os trabalhos. Tenho tido o
orgulho e a possibilidade de não ter chegado atrasado e de ser um dos últimos a
sair desta Casa, porque acho que apenas estamos cumprindo com o nosso dever,
que é ser parlamentar, e “parlare”, em latim, quer dizer falar. E o Presidente
propõe que esta Casa se cale em protesto, que esta Casa tenha o silêncio dos
cemitérios ao invés do debate, do esclarecimento e da análise.
Acho que ao Presidente da
Casa só resta a atitude digna de retirar o seu projeto. Ele não tem direito de
propor a paralisação dos trabalhos - logo o Presidente da Casa! Se qualquer
outro Vereador tivesse assinado, mas o Presidente, que tem a obrigação de
resguardar o trabalho rotineiro que esta Casa faz! Mesmo dispondo de todos os
instrumentos de protesto que o próprio Regimento da Casa lhe dá, o Presidente
propõe o silêncio, propõe manetear os seus Vereadores com a omissão, com a
cassação da palavra. Acho que isto é insuportável. Acho que o Sr. Presidente,
num momento de grandeza, num momento de postura, deve retirar o seu projeto,
porque este projeto, Sr. Presidente, prejudica profundamente esta Casa, e o
conceito que a população terá do conjunto de Vereadores é, indiscutivelmente,
voltado a esse tipo errado, equivocado de proposta, quando o Sr. Presidente, o
Ver. Clovis Ilgenfritz, tem todos os elementos dentro do Regimento para fazer
todo o tipo de protesto em relação a um assunto que realmente nos preocupa, que
deve ser debatido e, no calor do debate, deve ser analisado e apurados os
prejuízos dos municípios, sim - por que não? E, se estiver errado, por que não
protestar, mesmo os Vereadores da situação? Mas propor silêncio, propor a
ausência dos Vereadores? Onde chegamos, Srs. Vereadores? Por favor!
Esta Casa, se na sexta-feira
algum dos nossos Vereadores, por essa infeliz iniciativa do Presidente, ficar
ausente dos trabalhos, Sr. Presidente, se cobrirá de vergonha e este Vereador
ficará profundamente envergonhado de, como Vereador, pertencer a uma Casa onde
o Presidente propõe esse desastre demagógico que é apenas, como ele mesmo
confessou, um mecanismo de pressão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ
(Questão de Ordem): A Questão de Ordem é com relação às afirmações inverídicas e
antiéticas que estão sendo feitas pelo Ver. Cláudio Sebenelo. Ele está dizendo
coisas que não estão escritas na nossa proposta. A Moção não foi sequer lida pelo
Vereador que estava fazendo as acusações.
O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 18h48min.)
O SR. PRESIDENTE (às 18h50min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a informação de
quantas faltas não-justificadas eu tive neste segundo semestre e quantas o
Líder do Ver. Cláudio Sebenelo, o Ver. Antonio Hohlfeldt, teve no mesmo
período.
O SR. PRESIDENTE: Faça o Requerimento por escrito à Mesa, que será aceito.
O SR. DÉCIO SCHAUREN (Questão de Ordem): Eu gostaria que fosse lido
novamente o texto da Moção, porque há uma confusão sobre o que realmente esta
Moção está propondo. Senão, vão continuar as intervenções sem que alguns
Vereadores saibam realmente o que está no contexto da Moção.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Esclarecimento): Para que fique constando
nos Anais, este Presidente não está exercendo a Presidência porque é um dos
autores do Requerimento. Apenas por isso.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Esclarecimento): Eu pergunto, em relação a
esse Requerimento formulado pelo nobre Ver. José Valdir, se é ético o Ver. José
Valdir querer uma informação sobre outro Vereador.
O SR. PRESIDENTE: A sempre atuante Diretora Legislativa Inês informa que não há como lhe
responder se é ético, mas é regimental.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Presidente desta Casa
disse que ele não estava presidindo os trabalhos porque ele é um dos autores do
Requerimento, e eu ouvi que V. Exa. também é um dos autores, de acordo com aquilo
que foi declarado pelo próprio Presidente, quando leu as assinaturas apostas a
esse documento.
O SR. PRESIDENTE: Assinei como apoiador, não como autor.
O SR. LUIZ BRAZ: Quer dizer que V. Exa. não é autor?
O SR. PRESIDENTE: Autor é o primeiro signatário; os demais são apoiadores. O Ver. Juarez
Pinheiro está com a palavra para encaminhar.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu diria que hoje
é um dia de luto para esta Casa. Era preciso fazer uma missa de réquiem. Os
Vereadores do principal município, do maior município do Estado, com a maior
população, a Capital, estão tendo a insensibilidade de não entender o que estão
passando os municípios do interior do Estado, penalizados por uma política
absurda, Lei Kandir, FEF, salário-educação. Não estão entendendo que, se nós
perdemos 31 milhões de dólares e continuamos saudáveis economicamente, com a
nossa cidadania recebendo os serviços a que tem direito, um milhão de dólares
que os municípios do interior não estão recebendo, penalizados por uma política
injusta, equivocada, pode gerar a morte de crianças, de idosos, de cidadãos. E
a Câmara de Porto Alegre, considerada um dos principais parlamentos deste País
pela sua qualidade política, está sendo reacionária no pior sentido: no sentido
de não entender o sofrimento humano.
Não entendo como um Vereador
inteligente como o Ver. Cláudio Sebenelo - talvez esse tenha sido um dos seus
maiores equívocos em toda a sua trajetória pessoal, cultural - não entenda o
que está acontecendo com este Estado, com este País. V. Exas. não percorrem o
interior do Estado, não vêem o estado de penúria dos municípios? E a principal
cidade do Estado não vai ter a sensibilidade de entender a gravidade da
situação? Vamo-nos postar aqui como quem não tem nada que ver com isso? Pelo
amor de Deus! É dia de missa de réquiem para esta Casa! Não é possível que
sejamos tão insensíveis, que a luta partidária, a preocupação com o desgaste de
um partido venha a superar a importância de vidas humanas, de crianças, de
idosos.
A Lei Kandir, o FEF, o
salário-educação retiram de Porto Alegre 31 milhões de dólares. Quinhentos mil
do Município de Caçambinhas pode garantir a vida de dezenas de crianças.
O quadro que está aí é um
dos maiores equívocos por que este País já passou. O Plano Real, que tem a
mesma similitude dos planos econômicos dos países asiáticos, tem claros os
mesmos sintomas: endividamento profundo, planos baseados apenas em âncoras
cambiais. E para suprir, querendo o quê? Não querendo desvalorizar a moeda,
quando há supervalorização. O que importa é que as nossas exportações sejam
competitivas com os demais países para manter um plano que, como se sabe, está
gerando a desgraça desse País a curto, médio e longo prazos. V. Exas. devem
entender que o Governo Federal está tirando recursos dos municípios, além de
municipalizar serviços que são de sua obrigatoriedade.
Senhores, isso vai gerar,
brevemente, uma crise imensa neste País, porque este Plano está fadado ao
insucesso. O Governo não tem como mexer na balança cambial, porque, se mexer,
vem a inflação. Não tem como diminuir os juros, não tem como pagar essa dívida.
E, quando verificar que a balança comercial não vai melhorar com o aumento da
produtividade de nossas empresas e quiser rebaixar este câmbio de forma artificial,
a desgraça e a morte já estarão instaladas. Isto tudo a longo, médio e a curto
prazos.
Srs. Vereadores, pelo amor
de Deus, vamos ser sensíveis. O Estado inteiro, o País inteiro clama pela
modificação da Lei Kandir. Todos os municípios, independente de partido
político, clamam por isso. Será que a Câmara Municipal não vai se sensibilizar
com isso?
Se a Câmara se reunir na
sexta-feira, Ver. Luiz Braz, o meu ponto estará cortado. Eu não recebo, porque
não venho, mas isso não é importante. Esta Casa desqualificar-se-á se não
houver essa sensibilidade para com os seus co-irmãos do interior do Estado, que
passam pela pior crise de todos os tempos deste Estado e deste País. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, tem a palavra o Ver. Fernando Záchia.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste final de
semana, eu estava na região das Missões e lá, Ver. José Valdir, 18 municípios
da região combinaram um protesto à Lei Kandir, onde todas as câmaras desses 18
municípios iriam reunir-se num dia, que não seria o dia das sessões normais,
para que aquele movimento tivesse um corpo maior. Iriam reunir-se 18 Câmaras de
Vereadores para uma concentração na Cidade de Santo Ângelo, onde poderiam
caracterizar o protesto e a insatisfação desses municípios. Vejam as variações
de protesto. Mesmo que V. Exa. não tenha me citado, Ver. Clovis Ilgenfritz, eu
assinei. Sou Líder do PMDB e assinei o meu apoio à manifestação desta Câmara
Municipal, que realmente é a Câmara mais importante do Estado. No Requerimento
de V. Exa., se tivesse sido enfatizado que esta Câmara Municipal pararia,
talvez eu não assinasse, e o Sr. Presidente em exercício, Ver. Paulo Brum, diz
que também não assinaria.
Entendo que esta Casa, por
ser a maior casa política entre as Câmaras Municipais do Estado, tem que ter
uma posição política. E esse Requerimento, para este Vereador, serve como uma
posição política. Acho que a Câmara Municipal de Porto Alegre está se
posicionando politicamente ao aderir ao movimento. Esta Casa parar para que,
como disse o Ver. João Dib, através do silêncio, fosse esse o nosso protesto?
Eu não concordo. Entendo que a tribuna, para nós, Vereadores, é a nossa maior
arma. Aqui podemos manifestar nossas posições, discordantes ou não, e esse é o
nosso maior instrumento para que possamos nos manifestar.
Se quiséssemos nos
manifestar mostrando nossa contrariedade à Lei Kandir, teríamos diversas
maneiras para fazer isso. E V. Exa., Ver. Juarez Pinheiro, dizia da importância
de 31 milhões. Evidentemente são muito importantes esses 31 milhões para Porto
Alegre. Mas ontem, lá no Palácio, quando se assinava a liberação de 30 milhões
para o Pró-Guaíba, não estava o Prefeito e nem o Vice-Prefeito. Parece a este
Vereador que o Prefeito não mostra interesse em buscar esses 30 milhões. O
Prefeito nos prestigiava trazendo aqui o Orçamento e conversando com os
Vereadores.
Ver. Clovis Ilgenfritz, esse
é o Requerimento que estamos votando e não a paralisação de sexta-feira. E o
Ver. Décio Schauren tem razão: temos que nos prender a este Requerimento do
Ver. Clovis Ilgenfritz, o qual eu assinei, que diz que esta Câmara apóia o
movimento promovido pela UVERGS no dia 03 de outubro. Não quero dizer que esta
Câmara vai parar no dia 03 de outubro. Discordo do companheiro Ver. Juarez
Pinheiro e entendo que não é oportuno que esta Casa pare na sexta-feira e faça
um protesto. É oportuno que se faça, na Sessão de sexta-feira, um grande
movimento, convidando as Câmaras Municipais da Grande Porto Alegre, que se
reúnem, normalmente, nas segundas e terças-feiras, para que participem conosco,
nesta Casa Legislativa, na sua normalidade, de uma grande Sessão e de um grande
movimento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver. Luiz Braz, o Requerimento
do Ver. Clovis Ilgenfritz, que requer Moção de Apoio ao movimento de
paralisação dos Vereadores, promovido pela UVERGS, no dia 03 de outubro. (Após
a chamada.) APROVADO por 12 votos SIM, 05 votos NÃO.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, uma vez que as Câmaras
Municipais do interior não se reúnem às sextas-feiras, quem estaria, na
verdade, paralisando as suas atividades seria a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Então, pergunto a V. Exa. se esta informação está correta.
Sr. Presidente, eu gostaria
de saber como votou o Presidente Clovis Ilgenfritz.
O SR. PRESIDENTE: O Presidente da Casa não votou, e este Presidente também não votou.
O SR. LUIZ BRAZ: Só que o Regimento diz que o Presidente da Sessão não vota. O Vereador
que é Presidente da Casa e que vem para o Plenário vota.
O SR. PRESIDENTE: Há um Parecer da Procuradoria, que já vai ser providenciado, que diz
que nenhum dos dois vota.
Declaração de Voto do Ver.
Juarez Pinheiro: (Lê.)
“Voto ‘sim’. Informo que, em
protesto à atual política econômica que, de forma genocida, apenas penaliza os
municípios, não comparecerei à Sessão de sexta-feira.”
Ver. Luiz Braz, só vou ler o
final da exposição da Procuradora: (Lê.)
“Por todo o exposto, entendo
que ao Sr. Presidente e àquele Vereador que o substitui na Presidência no
momento da votação é permitido exclusivamente voto nos estritos termos do
artigo 83 da Lei Orgânica Municipal.”
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, eu apelo à Comissão de Justiça para
que esta possa dar a sua opinião a respeito deste assunto.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, embora pareça uma obviedade,
eu queria consultar a Mesa a respeito da seguinte questão: o encaminhamento
para a Comissão de Justiça não invalida em nada a votação feita visto que o
voto do Presidente não influiu na votação, correto?
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Este Vereador está no Plenário desde as 14
horas. Não saí daqui nem para ir ao meu gabinete atender a telefonemas e não
ouvi, em momento algum, ser colocada em votação a prorrogação da Sessão.
(Assentimento da Presidência.) Foi votada? Peço desculpas. A votação deve ter
acontecido enquanto eu conversava com um Vereador.
O SR. PRESIDENTE: Ver. José Valdir, para responder a sua Questão de Ordem, nós temos que
saber quais são os termos com que o Ver. Luiz Braz está fazendo o recurso: se é
quanto à votação, se é quanto ao resultado da votação ou se é quanto à presença
do Vereador-Presidente no Plenário sem ter votado.
O SR. LUIZ BRAZ: O Parecer da Procuradora da Casa conclui dizendo que tanto o Vereador
que está presidindo a Sessão quanto o Vereador-Presidente, que está presente à
Sessão, não votam. Só que eu tenho uma interpretação do Regimento diferente
dessa. Por isso eu peço que o Parecer da Procuradoria seja enviado à Comissão
de Justiça a fim de que ela possa referendá-lo, ou estabeleça um outro parecer
para ser adotado pela Casa. Isso sem prejuízo da votação. Quando nós enviamos
para a Comissão de Justiça, normalmente não o fazemos com efeito suspensivo.
O SR. PRESIDENTE: Está esclarecido, Ver. José Valdir?
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem):
Eu fiz
um Requerimento à Mesa. Eu até gostaria que ele fosse votado, mas, de qualquer
forma, quero que ele fique registrado. Eu propus que, em Sessão Ordinária, na
sexta-feira, fossem convidados todos os Vereadores da área metropolitana para
debater a Lei Kandir, FEF, contrariedade em matéria de ensino fundamental. Em
Questão de Ordem, eu pergunto: ele pode ser votado ou não?
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, eu gostaria que V. Exa. nos esclarecesse se está pedindo
uma Sessão Especial.
O SR. JOÃO DIB: Não, peço que, na Sessão Ordinária de sexta-feira, sejam convidados
todos os Vereadores da área metropolitana para debater o problema, pois a
grande arma do Vereador é a voz.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Para um esclarecimento e em
apoio à iniciativa do Ver. João Dib, eu quero dizer que o Ofício que esta
Presidência recebeu da UVERGS foi passado para todos os Srs. Vereadores e é
exatamente isso que propusemos desde o início, que os Vereadores se unissem,
sob o comando da UVERGS e da FAMURS, para fazer essa discussão e esse protesto.
Nós não vamos ficar em silêncio, só que, nos horários, é que V. Exa. poderá estar
com problemas de compatibilidade, mas não há dúvida nenhuma de que é o mesmo
tipo de iniciativa, a de discutir e de fazer um ato de repúdio.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Esclarecimento): Sr. Presidente, eu gostaria
de colocar à disposição do Ver. Clovis Ilgenfritz todos os apanhados
taquigráficos do que falei, e se ele, no meu discurso, encontrar qualquer
palavra que o possa ofender ou diminuir, eu a retirarei pública e
imediatamente.
O SR. PRESIDENTE: Visivelmente, não há quórum. Portanto, encerramos a presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h19min.)
* * * * *